Sunday, 5 January 2025

Estr. de Chelas

O sítio de Chelas é antiquíssimo, remontando ao tempo dos romanos, e parece não haver dúvida de que o mar por aqui fazia esteiro, que deu, depois de seco, o aprazível vale. Quási a meio da Estr., antes da primeira ponte do caminho de ferro que liga à linha da Cintura, topamos — daqui não se vê — um curioso palácio velho [Palácio do Lavrado], nobre que foi e ainda duas vezes armoriado, seiscentista, hoje habitação de gente humilde. É quási ao fim dessa Estr. que se encontra a Fábrica «da Pólvora sem Fumo», de Chelas, posterior à Fábrica de Barcarena. 

Estr. de Chelas |1938-06-10|
Imagem tomada do Viaduto Ferroviário de Chelas com a Cç. da Picheleira à esq..
"É quási ao fim dessa Estr. que se encontra a Fábrica «da Pólvora sem Fumo»" 
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente
Legenda no arquivo: «Funeral das vítimas do incêndio na fábrica de pólvora de Chelas a caminho do
cemitério do Alto de São João»

Nota(s): local da foto não está identificado no arquivo.

A fábrica está instalada no antigo convento das religiosas de Santo Agostinho, da invocação dos Mártires S. Félix e Santo Adrião [ao fundo na 1ª imagem]. A particularidade desta Casa era a sua remota fundação, 1192 pelo menos, segundo alguns escritores. Reconstruída seis ou sete vezes até ao século XVII, o Terramoto destruiu-a inteiramente, sendo restaurada, e a Igreja feita de novo, com certa larguesa. Todo o aspecto conventual interior desapareceu quási inteiramente, subvertido por obras de adaptação a fábrica de pólvoras químicas. [Araújo: 1939]
Foi fundador desta unidade fabril, António Xavier Correia Barreto.

Estr. de Chelas |1938-06-10|
Imagem tomada do prédio com o número de policia 169 junto à Rua de Cima de Chelas.
"É quási ao fim dessa Estr. que se encontra a Fábrica «da Pólvora sem Fumo»" 
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente
Legenda no arquivo: «Funeral das vítimas do incêndio na fábrica de pólvora de Chelas a caminho do
cemitério do Alto de São João»

Nota(s): local da foto não está identificado no arquivo.

Friday, 3 January 2025

Calçada Nova do Colégio que foi do Monturo do Colégio

Colégio (Calçada Nova do) - Esta categoria foi acompanhada do sufixo «Nova», para diferençar a via pública a que está aplicada a denominação correspondente, de outra que a teve igual, e hoje é denominada «José António Serrano», com a categoria de Rua. [Brito: 1935]

Collegio (calçada do monturo do) - sSegunda á direita na rua do Arco da Graça, indo da calçada do Collegio e finda na calçada de Santa Anna. [Vellozo, 1869]

Calçada Nova do Colégio |1910|
Antiga do Monturo do Colégio [dos Jesuítas de Santo Antão-o-Novo, hoje Hosp. S. José];
Castelo de S. Jorge; lanterna adapatada a gás.
Bilhete postal não circulado. Edição Tabacaria Costa

Tudo isto era de sujeição toponímica c social ao Convento dos Padres do Colégio da Companhia de Jesus (hoje Hospital de S. José)  nos começos do século de seiscentos, e, antes, lombas de Sam'Ana, terrenos campestres só aqui e ali arruados, com um ar
rural dando contraste ao bulício lá de baixo: S. Domingos, Rossio, Corredoura de Santo Antão. [Araújo: 1938]
Calçada Nova do Colégio |1948|
Troço da muralha Fernandina com a Torre de Sant'Ana à direita.
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

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