Isto foi o Campo de Sant'Ana.Desde12 de Novembro de 188011 de Julho de 1879, passou a chamar-se Campo dos Mártires da Pátria, designação que perdura no dístico municipal, mas que não entrou na auditiva popular. O Campo de Sant'Ana — ajardinado em feitio paisagista ao tipo ingénuo lisboeta, desde há uns quarenta anos — é uma alameda, e por vezes passeio de estudantes, que teria uma característica bizarra em Lisboa se a costumeira tradicionalista das capas e batinas não houvesse, quási, desaparecido.¹
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Campo dos Mártires da Pátria |1940| Jardim do Campo de Santana ou Braamcamp Freire; Monumento a Sousa Martins. Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Embora fixada na memória da cidade em data que se desconhece. já em 1770 esta artéria aparece mencionada como «Moinho de Vento» na «Fregª de N. Snra. da Pena» e também é indicada como «em vez de 'Moinho de Vento' refere 'Calsada do Moinho de Vento'».
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Campo dos Mártires da Pátria com a Calçada do Moinho de Vento|1907-07| Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente |
Porém, embora não se tratando de um dado validado, existirá um processo da Inquisição datado de 1594, no qual surge uma menção a um moinho de vento na encosta do Campo Santana. Segundo Pero Nunes Tinoco, arquitecto que levou a cabo as medições e o roteiro do projecto do Aqueduto das Águas Livres no século XVII, toda a gigantesca obra iria atravessar os terrenos lavradios até aos moinhos de vento.
A Calçada do Moinho de Vento está incluída num espaço considerado como imóvel de interesse público tal como consta no Decreto n.º 2/96 de 6 de Março de 1996, promulgado pelo Ministério da Cultura no Diário da República.²
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Campo dos Mártires da Pátria com a Calçada do Moinho de Vento|1907-07| Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente |
N.B. O Campo de Santana passou a designar-se Campo dos Mártires da Pátria,
pela deliberação camarária de 5 de junho e consequente Edital municipal
de 11 de Julho de 1879, em memória dos 11 companheiros de Gomes Freire
de Andrade suspeitos de conspiração contra o general Beresford, que
neste local foram enforcados há 200 anos, no dia 18 de outubro de 1817.
No decorrer do século XIX, a memória ainda viva destes acontecimentos
também cognominava popularmente a artéria como Campo Mártires da
Liberdade. [cm-lisboa.pt]
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Bibliografia
¹ ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IV, p. 35, 1938.
² jfsantoantonio.pt.
¹ ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IV, p. 35, 1938.
² jfsantoantonio.pt.
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