A parte baixa da freguesia de Arroios abrange o troço da Avenida Almirante Reis, que lhe cabe actualmente, bem como o Intendente, as Ruas do Benformoso e dos Anjos, a do Febo Moniz e pouco mais. O Regueirão dos Anjos e a Rua do Benformoso constituem os vestígios dum talvegue, no fundo do vale, por onde corriam as águas. Júlio de Castilho diz, na sua «Lisboa Antiga», que o nível do Regueirão dos Anjos era considerado tão inferior ao das Ruas dos Anjos e de Arroios que não se podia canalizar os esgotos que aí se depositavam e que o transformavam em verdadeiro foco de infecção. Diz também que poucos anos antes (o autor escrevia em 1916), o Regueirão fora entulhado a mais de dois metros de altura para deixar de se transformar num enxurro caudaloso às mais pequenas chuvadas. Modernamente ainda o Regueirão não está de todo livre das inundações nos dias de muita chuva.
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Regueirão dos Anjos |1942| Vista do S. no sítio onde este é cortado pelo viaduto da Rua Febo Moniz (dist. 1909). Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
N.B. Febo Moniz de Lusignan (1515-158-) foi um fidalgo, funcionário no Paço Real ao tempo de D. Sebastião e nomeado Procurador da Câmara de Lisboa às Cortes de Almeirim de 1580, onde se opôs à escolha de um estrangeiro para ocupar o trono português, pelo que quando Filipe II tomou o trono de Portugal, prendeu Febo Moniz, que morreu pouco depois.
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Rua Febo Moniz vista do Largo de Santa Bárbara |c. 1980| Edifício Portugal junto ao Regueirão dos Anjos. Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
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