Sunday, 29 December 2024

Avenida Fontes com a Rua Camilo

Como estes dois últimos nomes são enormes! Mas parece que em certa época presidiu à denominação das ruas esse critério dos nomes grandes: Avenida de Fontes Pereira de Melo, Rua de Camilo Castelo Branco, etc. Pois não poderia dizer-se Avenida de Fontes e Rua de Camilo? Ou teme alguém que se confundem os nomes do estadista e do escritor com o de qualquer merceeiro?! [A.P. 1914]

A Avenida Fontes Pereira de Melo integra-se no projecto de crescimento da Cidade para Norte, aprovado em 1888, plano intitulado: "Avenida das Picoas ao Campo Grande" da autoria do Engenheiro Ressano Garcia. As terraplanagens iniciam-se cerca de 1897. 

Avenida Fontes Pereira de Melo com a Rua Camilo Castelo Branco |ant. 1940|
Palacete Sabrosa; Praça Marquês de Pombal
Kurt Pinto in Lisboa de Antigamente

O Palacete Sabrosa impressionava pela área da sua implantação distribuída por um quarteirão inteiro: Rotunda do Marquês, Avenida Fontes Pereira de Melo, Rua Camilo Castelo Branco e Avenida Duque de Loulé. Perfilava-se a residência no gaveto do Marquês com a Fontes Pereira de Melo com duas fachadas extensas, mas a principal projectava-se nesta avenida ou, como se dizia na altura, gozava de vista para o Parque. Foi demolido por volta de 1940. [Monterroso: 2002]

 

Rua Camilo Castelo Branco no sentido Avenida Fontes Pereira de Melo |195-|
Perspectiva tomada da Av. Duque de Loulé onde existe, desde 1950, o Monumento a Camilo Castelo Branco [vd. imagem abaixo].
Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente

O topónimo «Rua Camilo Castelo Branco» presta tributo ao insigne Romancista (1825-1890) e foi atribuído por deliberação camarária de 24 Julho de 1890 — logo no mês seguinte ao seu falecimento — , ao arruamento que ligava a Rua Alexandre Herculano à então Rua Fontes (a partir de 1902, Avenida Fontes Pereira de Melo).

Camilo Castelo Branco (1825-1890) foi um dos maiores escritores portugueses do século XIX. "Amor de Perdição" foi sua novela mais importante. Suas novelas passionais fazem do escritor o representante típico do Ultra Romantismo em Portugal. Foi um dos primeiros escritores portugueses a viver exclusivamente do que escrevia. Recebeu o título de Visconde concedido pelo rei de Portugal, D. Luís I. [+ info]

Monumento a Camilo Castelo Branco |196-|
Perspectiva tomada da Av. Duque de Loulé com a Rua Camilo Castelo Branco (esq.) onde existe desde 25 de Outubro de 1950 a estátua do escritor — obra do escultor António Duarte.
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

Friday, 27 December 2024

Avenida Grão Vasco

A artéria homenageia, desde 1911, Vasco Fernandes, pintor que ficou conhecido como Grão-Vasco, nascido na zona de Viseu antes de 1480, tendo feito obra para as igrejas de Viseu, Coimbra e Tarouca, e na sua vasta pintura com motivos sacros destaca-se o seu quadro «S.Pedro» como o mais conhecido.

Avenida Grão Vasco |1960|
Pintor Século XVI
Em fundo nota-se a Igreja de N. S. Amparo sita na Estr. de Benfica [vd. 2ª imagem]
Augusto de Jesus Fernandes, in Lisboa de Antigamente

Vasco Fernandes – o artista excelente, a mais forte personalidade da pintura regional portuguesa e o primeiro grande mestre da escola portuguesa no período do renascimento quinhentista, cujo nome glorioso – Grão Vasco – jamais se apagaria da memória dos Viseenses. (ALVES, 1991)

Estr. de Benfica com a Avenida Grão Vasco |1916|
À esq. observam-se os prédios da Rua Emília das Neves — Actriz 1820-1883 — que corre paralela à Estr. de Benfica.
 «Preparativos para o embarque das tropas que vão combater na Primeira Guerra Mundial»
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 22 December 2024

Travessa da Laranjeira

As artérias que cortam a Bica, transversalmente — diz Norberto de Araújo —, são esta Travessa do Cabral, a da Portuguesa, a da Laranjeira e a do Sequeiro, todas com a mesma perspectiva e balanço de nível, descendo por escadinhas das Chagas, encontrando o vale — onde corre o ascensor — e voltando a subir, sempre por escadinhas, à Rua do Marechal Saldanha.

O olisipógrafo Luís Pastor de Macedo refere que «O padre Carvalho da Costa, em 1712, lhe dá o nome de ‘travessa do Laranjeiro’ [«Corografia Portuguesa», vol. III, pp. 341] e assim lhe chama também, nos meados do século, o padre João Baptista de Castro [«Mapa de Portugal», vol. III, pp. 145].
Supomos porém, que se trata duma gralha tipográfica da ‘Corografia Portuguesa’, depois copiada, irreflectidamente pelo autor do ‘Mapa de Portugal’».

Travessa da Laranjeira |c. 196-|
Vista tomada da Rua das Chagas.
Artur Pastor, in Lisboa de Antigamente

Também as memórias paroquiais referentes ao ano de 1755 mencionam na «Freguezia de Santa Catharina» a «traveça do Laranjeiro» e o «Beco do Siqueira» e mais tarde, nas plantas da remodelação paroquial de 1780, surgem «rua das Larangeiras» e «traveça do Siqueiro». Enquanto Travessa do Sequeiro surge no levantamento topográfico de Francisco Goullard de 1883.
Pastor de Macedo diz ainda que nesta artéria nasceu o jornalista Eduardo Fernandes, também conhecido como Esculápio, em 25 de Agosto de 1870.

Travessa da Laranjeira |c. 196-|
Vista tomada da R. Marechal Saldanha, observando-se ao fundo o Palacete Viana.
Artur Pastor, in Lisboa de Antigamente

Friday, 20 December 2024

Rua de Dona Estefânia, 111

Esta Rua de D. Estefânia — diz Norberto de Araújo — , que quando era uma azinhaga foi chamada do «Pintor» — a grande Avenida do sítio, embora menos movimentada que outras vizinhas — é simétrica, fria, alinhada, muito «fim do século». Vai de Gomes Freire a Duque de Ávila.
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IV, p. 59, 1938)

Rua de Dona Estefânia, 111 |1961|
Antiga do Hospital de Dona Estefânia, antes Travessa do Pintor
Garagem de Santa Luzia
Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente
Rua de Dona Estefânia, 111 |1969|
Antiga do Hospital de Dona Estefânia, antes Travessa do Pintor
Garagem de Santa Luzia
João Goulart, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 15 December 2024

Rua do Alecrim que foi do Conde

Do fundo N. da Praça do Duque da Terceira sobe em declive violento a Rua do Alecrim, antiga Rua do Conde (de Vimioso), que, para ganhar o desnível, passa sobre dois arcos, um na R. Nova de Carvalho e outro na de S. Paulo.

Ora agora podemos ver a interessante perspectiva desta Rua do Alecrim — diz Norberto de Araújo — , com seus estabelecimentos de bric-à-brac, as fachadas dos seus prédios com recorte nas cantarias e sacadas bem desenhadas, e ao fundo um retalho do Tejo, alegria de Lisboa.
E «do Alecrim» ― porquê ? Que originou a modificação no tradicional dístico de Rua do Conde?
 
Rua do Alecrim que foi do Conde |1965|
Tinha um traçado pré-pombalino, sendo «uma das artérias mais características destes sítios, muito lisboeta, com o seu delicioso enfiamento até S. Roque, direita como um fuso e em dois terços da sua extensão corresponde à seiscentista Rua do Conde». [Araújo: 1939]

Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

No quarteirão ao alto da Rua do Alecrim, entre esta e a Rua das Flores, uns trinta metros abaixo de onde está a Farmácia Andrade [vd. 3ª imagem], fazendo esquina para uma rua de Brás da Costa, desaparecida, existiu uma Ermida, integrada numa propriedade, fundada por D. Ana de Vilhena entre 1628 e 1641, e cuja Imagem de Nossa Senhora, que viera de S. Miguel de onde D. Ana era natural, foi chamada «do Alecrim» por inspiração de uma criança, filho da fundadora da Ermida, muito tempo antes de esta ser erigida.=

Rua do Alecrim que foi do Conde |Início séc. XX|
Antes de ser rua, «era o torcicolo do Cata-que-farás que serpeava, na subida, tocando,
à direita, uma confusão de casas encostadas às muralhas trecentistas de D. Fernando» [França: 1994]
Alexandre Cunha, in Lisboa de Antigamente

Uma curta paragem no Largo do Barão de Quintela onde, numa madrugada de 1866, vamos encontrar Hans Christian Andersen. Acabava de chegar a Lisboa e tinha pedido ao cocheiro que o «conduzisse ao Hotel Durand na praça perto da Rua das Flores». Num outro prédio, num «segundo andar, por trás de uma janela iluminada», está Alípio Abranhos «a olhar, desesperadamente, para a tenebrosa pacatez do Largo». O palácio Quintela, que dá o nome ao largo, possui a sua fachada principal virada para o largo e ocupa um vasto terreno entre as ruas do Alecrim e António Maria Cardoso. Foi comprado, em 1777, por Luís Rebelo (irmão de Inácio Pedro Quintela). Nesse terreno, esteve um outro Palácio, o dos condes de Vimioso, que ardeu em 1726. O largo foi terraplenado em 1788 e a estátua de Eça de Queirós, obra do escultor António Teixeira Lopes (1866-1942), que nele se encontra, foi inaugurada no dia 9 de Novembro de 1918.

Rua do Alecrim que foi do Conde |1965|
Palácio do Barão de Quintela e Conde de Farrobo (esq.); Farmácia Andrade
Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

No primeiro lanço da rua, vindos  da Praça do Duque da Terceira, que assenta sobre dois arcos mandados construir pelo marquês de Pombal, situava-se o Hotel Bragança (no n.º 12, à direita), fundado em 1912, então como pensão, e só anos mais tarde tornado hotel, para cujo nome foi necessário obter autorização da Casa de Bragança. Foi neste hotel que Saramago hospedou Ricardo Reis, quando este regressa do Brasil, em 1935: «(...) quando o automóvel já está a dar a volta ao largo, e o motorista avisa. O hotel é aquele, à entrada da rua. Parou em frente de um café, acrescentou, O melhor será ir ver primeiro se há quartos, não posso esperar mesmo à porta por causa dos eléctricos».

Rua do Alecrim que foi do Conde |190-|
Não deve ser confundido este «Hotel (Pensão) Bragança (1912)» da Rua do Alecrim, 12, fundado por Manuel Miguez Simas, como simples Pensão, com o «Hotel Bragança» (ou Braganza), citado em «Os Maias» de Eça de Queirós, sito na Rua Vítor Cordon (antiga rua do Ferragial de Cima), 45.
Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
JANEIRO, Maria João , Lisboa: histórias e memórias, 2006.
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIII, p. 51, 1939.
PROENÇA, Raul, Guia de Portugal, Generalidades: Lisboa e arredores, Biblioteca Nacional, 1924.

Friday, 13 December 2024

Estação de Caminhos de Ferro de Santa Apolónia que foi do Norte e Leste

Tem quatro frentes este grandioso edifício. medindo 135mt. de comprimento, 50,40mt. de largura e 13mt. de altura [até 1908] — lê-se no Archivo Pittoresco. As duas fachadas que formam o seu comprimento são eguaes na architectura, e olham para o norte e sul, deitando esta para o Tejo, e aquella para a rua do Caes do Soldado [hoje dos Caminhos de Ferro]. As outras duas fachadas estão voltadas para oêste e lêste. A primeira, tem diante de si um espaçoso terreiro conquistado ao Tejo, e por este banhado da parte do sul. A segunda é a que dá entrada e saída aos comboyos. Lançou-se a primeira pedra nos alicerces em Outubro de 1862. Concluiu-se o edifício e abriu-se ao publico no primeiro de Maio de 1865. ==
(in «Archivo Pittoresco: Semanario Illustrado», nº 4 de 1866)

Estação de Caminhos de Ferro de Santa Apolónia [ant. 1908]
Largo dos Caminhos de Ferro; Rua dos Caminhos de Ferro; Avenida Infante D. Henrique
Descubra as diferenças
Charles Chusseau-Flaviens, in Lisboa de Antigamente
Estação de Caminhos de Ferro de Santa Apolónia [c. 1914]
Largo dos Caminhos de Ferro; Rua dos Caminhos de Ferro; Avenida Infante D. Henrique
Descubra as diferenças
Charles Chusseau-Flaviens, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 8 December 2024

Rua do Jardim, à Estrela

Do lado sul da Rua de Santo António, à Estrela, prolonga-se até uma extensão de cento e cinquenta metros o muro da antiga cerca do Convento de D. Maria I (hoje pavilhão do Hospital Militar e já demolidos para construção da Av. Infante Santo); do lado direito — diz Mestre Araújo, a quem vamos sempre seguindo — abrem-se a Travessa e a Rua do Jardim, cujos nomes derivam do Passeio da Estrela

Rua do Jardim à Estrela com o extinto Beco do Jardim |1902-01|
Ao fundo nota-se a Rua Santo António à Estrela e a cerca do antigo Convento do Santíssimo Coração de Jesus na Praça da Estrela.
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente

Nesta área havia muitas casas foreiras à Irmandade de Santo Onofre — não sei de que igreja — e datadas do princípio do século passado: 1802, como esta Rua do Jardim, 1804 e 1805 como algumas mais adiante. Aí temos, passado o muro da cerca, um renque de prédios setecentistas, com suas empenas de bico — n.ꟹ 1 a 19 — , e um outro, cujas portas são ainda servidas por degrau , oferecendo o seu semblante típico em janelas de reixa — n.ꟹ 21 a 27.¹

Rua do Jardim à Estrela com a Rua Domingos Sequeira |1902-01|
R. Domingos Sequeira foi rasgada por volta de1896. À esq. nota-se um troço do ramal do Aqueduto das Águas Livres que abastecia o Convento da Estrela e chafarizes desta zona. Em 1897, foi demolido um arco do aqueduto que passava sobre a R.  de Santo António à Estrela.
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente
Rua do Jardim à Estrela |1902-01|
Ao fundo nota-se a Rua Domingos Sequeira. No local onde se vê a frontaria e chaminé de uma fábrica (cerâmica?) virão a ser erguidas as escadinhas que ligam àquele arruamento  [vd. imagem abaixo].
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente

A origem do topónimo radica nos frades beneditinos que dedicaram a sua igreja a N. S. da Estrela, ou da Estrelinha. Os frades chegaram a Lisboa no séc. XVI e fundaram o seu 1º convento – concluído em 1571 – onde hoje é a praça e o jardim. Quando passaram para o maior, abaixo, de São Bento da Saúde, o da Estrelinha ficou para ensino dos noviços. O terramoto destruiu parte. Em 1818 parte já era secretaria dos Hospitais Militares. Com a extinção das ordens religiosas em 1834, alargou o exército a ocupação pelo que em 1837 era Hospital Militar.

Rua do Jardim à Estrela |1953|
Escadinhas construídas c. de 1915 e que ligam esta artéria à Rua Domingos Sequeira.
Fernando Martinez Pozal, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
¹ ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, p.-55, 1939.

Friday, 6 December 2024

Beco das Cruzes

Cruzes (Beco das) quarto á esquerda na rua da Regueira indo da rua dos Remedios e finda na rua do Castello Picãu, freguezias de S. Vicente 2 a 30, S. Miguel 1 a 19. [Velloso: 1869]

O Redentor, que penou pelas nossas fragilidades e expiou os nossos pecados, anda associada a comemoração «da Cruz», temos cruzes que fartam em Lisboa. Prova-o a seguinte nota por Gomes de Brito na sua Lisboa do passado, Lisboa de nossos dias (1911), algumas já extintas:

Rua do Crucifixo
Rua da Cruz, em Alcântara 
Rua da Cruz, a Sta. Apolónia 
Rua da Cruz do Mao 
Rua da Cruz de Pao
Rua da Cruz dos Poiaes 
Travessa da Cruz, aos Anjos 
Travessa da Cruz do Desterro 
Travessa da Cruz de Soure 
Travessa da Cruz do Thorel 
Largo da Cruz da Rocha 
Calçada da Cruz da Pedra
Pateo da Cruz, em Alfama
Rua de Santa Cruz, ao Castello
Largo da Igreja de Santa Cruz, ao Castello
Estrada, travessa e largo da Cruz do Taboado
Beco das Cruzes
Cruzes da Sé.
Exclamemos agora também; — Cruzes!

Beco das Cruzes |c. 1960|
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente
Nota(s): o local da foto não está identificado no arquivo.

Entre a Rua da Regueira e a Rua do Castelo Picão encontramos o Beco das Cruzes, sabendo-se que este arruamento já ostentava este topónimo em 1770, por constar nas plantas e descrições das freguesias de Lisboa desse ano.

Beco das Cruzes |1963|
Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 1 December 2024

Rua Marques da Silva que foi Travessa do Caracol da Penha

De Arroios se subia à Penha de França por uma tortuosa ladeira — à qual minha avó teimava em chamar ainda Travessa do Caracol da Penha — e que é, hoje, a Rua Marques da Silva.


Em 1891, para o alargamento paralelo da Travessa do Caracol da Penha, compreendido entre a projectada Avenida dos Anjos — hoje Av. Almirante Reis — e a velhinha Rua de Arroios, foi cedido à Câmara gratuitamente, quase na totalidade por João Marques da Silva, o terreno de sua propriedade denominado Quinta da Imagem. Perguntemos agora: Marques da Silva porquê? quem foi aquele senhor? que fez ele? — Saiba mais aqui.

Rua Marques da Silva que foi Travessa do Caracol da Penha |c. 1900|
Perspectiva tomada da Rua de Arroios
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente
Nota(s): o local da foto não está identificado no abandalhado amL.

O próprio Caracol da Penha, (que parece tão calado) — recorda Mestre Castilho — se o interrogarmos, dir-nos-á que ainda em 1857 não era mais que uma estreita e pitoresca azinhaga, com foros de caminho de pé posto. Passar aí de noite, só Amadis de Gaula ou Ferrabraz da Alexandria; todo o resto dos mortais eram exterminados.
Em sessão de 2 de Abril desse ano de 57 (nos dirá o Caracol) recebeu a câmara de Lisboa participação de haver sido aprovada pelo conselho de distrito a deliberação tomada em 2 de Março antecedente, para a expropriação de certo terreno a fim de se começarem ali alguns melhoramentos projectados. Foi aprovado o orçamento, no valor de 669$870.
Em sessão de 10 de Dezembro autoriza a câmara o alargamento do Caracol segundo a planta do engenheiro.
Finalmente em 11 de Julho de 1859 determinou-se que se anunciasse a arrematação da obra da muralha, na estrada que hoje trepa elegantemente aquela encosta a pino. [Castilho: 1889]

Rua Marques da Silva que foi Travessa do Caracol da Penha |1959|
Troço da rua no topo da colina com a Igreja de Nossa Senhora da Penha de França
Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente
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