Sunday 6 May 2018

Alto da Penha de França: a Cabeça de Alperche

Esta Cabeça — ou Cabeço  — diz Norberto de Araújo, é desde há muito o alto da Penha de França [...]

O Alto da Penha de França, nem por estar afastado da cidade central, e em absoluto fora do trânsito normal, deixa de ser um sítio lisboeta puro, com ressonância evocativa, e sempre presente aos olhos da Lisboa debruçada para lá do vale natural da Avenida de Almirante Reis. Aí temos o edifício da Igreja.

 

Não te posso poupar às duas palavras da nossa costumada regressão histórica. A primitiva Ermida da Penha de França, neste lugar, data de 1597, e foi seu fundador um escultor de imagens António Simões, que julgando-se perdido nas plagas de Alcácer Quibir fez voto de fabricar umas tantas imagens de Nossa Senhora e de lhes dar condigno destino se voltasse à Pátria. À última imagem saída da sua oficina chamou «Senhora da Penha de França»invocação castelhana de um santuário em Salamanca, imagem que esteve primeiramente na Ermida da Vitória, na Caldeiraria (Igreja da Vitória, na Baixa actual). 

Alto da Penha de França — a Cabeça de Alperche [c. 1900]
Ermida da Penha de França
Artur Bárcia, in Lisboa de Antigamente
  
Depois, alcançando neste sitio — a Cabeça de AIperche — a cedência de uns terrenos que eram de Afonso Tôrres de Magalhãis, aqui fez construir a Ermida (e nasceu a lenda do lagarto da Penha), sendo a imagem transferida para o seu santuário naquele ano de 1597, ainda o pequenino templo não estava concluído, o que só sucedeu em 1598. A primeira Irmandade foi a dos «Fidalgos Marítimos»; a devoção cresceu rapidamente, passando esta Cabeça de Alperche a ser uma atracção devota de Lisboa, com seu aspecto de romarias domingueiras, pois o sitio a isso se prestava.

Alto da Penha de França — a Cabeça de Alperche [c. 1900]
Ermida da Penha de França; Caracol da Penha, actual Rua Marques da Silva. Do lado do O., mostra o monte a sua maior altura, com um declive muito íngreme, por onde antigamente subia o tortuoso caminho, denominado Caracol da Penha de França, que hoje está substituído por uma sofrível estrada orlada de árvores e iluminada a gás. [Leal: 1876]
Artur Bárcia, in Lisboa de Antigamente

 

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. VIII, pp. 16-17, 1938.

3 comments:

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