"Vamos nós tomar esta tipóia e abalar para o Ramalhete?
Eram quatro horas, o sol curto de Inverno tinha já um tom pálido.
Tomaram a tipóia. No Rocio, Alencar que passava, que os viu — parou, sacudiu ardentemente a mão no ar. E então Carlos exclamou, com uma surpresa que já o assaltara essa manhã no [hotel] Braganza: [...]"
(Eça de Queiroz, ln Os Maias, 1888)
No Rocio, sob as árvores, passeava-se; pelos bancos, gente imóvel parecia dormitar; aqui e além pontas de cigarro reluziam; sujeitos passavam, com o chapéu na mão, abanando-se, o colete desabotoado; a cada canto se apregoava água fresca "do Arsenal"; em torno do largo, carruagens descobertas rodavam vagarosamente. O céu abafava — e na noite escura, a coluna da estátua de D. Pedro tinha o tom baço e pálido de uma vela de estearina colossal e apagada.
Basílio, ao pé de Luísa, ia calado. "Que horror de cidade!" — pensava. — "Que tristeza!"
(Eça de Queiroz, ln O Primo Basílio, 1878)
Praça Dom Pedro IV, antiga do Rocio [post. 1902] Por decreto de 31/10/1836 publicado no Diário do Governo a Praça do Rossio passou a denominar-se Praça de Dom Pedro e esta, por Edital de 26/03/1971, passou a designar-se Praça D. Pedro IV. Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente |