Sunday, 28 February 2021

A Escola Académica e o antigo Palácio Caldas Aulete

Foi o sr. Francisco José de Caldas Aulete — recorda o ilustre Júlio de Castilho — , cavalheiro inteligente, enérgico, e activo, quem tomando de aforamento em 1835 aquelas ruínas, começou com ousadia e bom gosto o despejamento e arborização do pequenino largo que fica no topo da Rua da Condessa, e a edificação do palácio, hoje afogado nas informes construções da Escola Académica. A iniciativa do sr. Caldas se deve exclusivamente a completa metamorfose daquela encosta. Das obras dele pouco se pode já apreciar, porque a Escola demoliu em parte, e em parte recobriu, o que havia.

Escola Académica [c. 1900]
Calçada do Duque; entrada lateral da Estação do Rossio.
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

O largozinho a meio da calçada, onde desemboca a Rua da Condessa, era antes das obras últimas um sitio lindo, com um quid de nobreza e distinção, que em poucas paragens desta Lisboa se encontrava. Ao fundo, com umas heras pendentes, aqui, ali, um farto lanço da muralha guerreira d'el-rei D. Fernando. Lembra-me que havia lá no alto uma pequena porta ogival [vd. 2ª imagem], puro moyen age, e para que levava uma escadaria estreita, de lanços, ao rés da parede. Aquela linha extravagante e inesperada quebrava a extensão do muro, e compunha.
O pátio ajardinado e sombrio era o digno átrio de tão recatada residência, dominada pitorescamente pelas ameias da muralha feudal.

… Tour vieille, et maison neuve.

Aos lados da entrada, dentro do pátio, dois leões colossais, de pedra, que tinham pertencido á quinta do marquês de Ponte de Lima em Mafra. Todo o muro exterior junto ao portão fora pintado pelo nosso insigne e fantasioso Cinatti; eram rosaças e ornamento a claro escuro, e do mais apurado gosto.
Por dentro, que vivenda luxuosa e elegante! os belos salões caíam sobre uma densa mata chilreada, e desfrutavam, como pano de fundo, através da rota cortina verde florida dos arvoredos, a nobre vista da Alcáçova. O arquitecto foi o cenógrafo italiano Luiz Chiari, já então velhíssimo. O vestíbulo, que era oitavado, pintou-o o nosso André Monteiro, assim como a casa de jantar, adornada de caçadas e paisagens; finalmente foi o brilhante pincel de José Francisco de Freitas, que encheu de flores as paredes das salas, cujos magníficos espelhos tinham pertencido á rainha a senhora D. Carlota, e vindo do Ramalhão.
No palácio do sr. Caldas varias pessoas conhecidas habitaram, além dos proprietários que ali estiveram muitos anos.¹

Portão do antigo Palácio Caldas Aulete 
Largo formado pela Calçada do Duque com a Rua da Condessa
Desenho conjectural por J. Castilho

Em 1863António Florêncio dos Santos adquiriu toda a propriedade a Francisco Júlio de Caldas Aulete (1826—1878) — professor, lexicógrafo e solicitador da Casa Real, autor de diversos livros didácticos e iniciador do Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa —  que foi completamente transformada para nela instalar a Escola Académica (1847-1977).
A Escola Académica, inaugurava a 8 de Janeiro de 1865 na Calçada do Duque, com a presença da família Real, um edifício de quatro andares construído de raiz.
Esta Escola foi pioneira no nosso país ao reunir valências de instrução primária, secundária e profissional, num mesmo estabelecimento de ensino.
Desde 1927 pertence à CP (Comboios de Portugal).²

Largo formado pela Calçada do Duque com a Rua da Condessa [1946]
Portão do antiga Escola Académica, hoje C.P. (Comboios de Portugal).
Martinez Pozal, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
¹ CASTILHO, Júlio de, A Lisboa Antiga, pp. 148-149, 1893.
² Revista universal Lisbonense.

Friday, 26 February 2021

Calçada do Duque

Sobre a origem do topónimo «Calçada do Duque» e da «Rua do Duque», diz o olisipógrafo Júlio de Castilho o seguinte: 

Esta íngreme calçada teve vários nomes: o mais antigo que lhe conheço é o de calçada do Postigo do Condestável, tomado da denominação da porta que lhe ficava ao cim0, porta assim chamada em honra do fundador do próximo convento do Carmo. Depois chamou-se calçada do Postigo do Carmo; depois calçada do Postigo de S. Roque, quando àquela porta, ou postigo, deu nome a imagem de S. Roque colocada na sua parte superior. Este nome durou até 1715. [...] Entre esse ano e o de 1745 trocou-se o nome no de calçada do Duque. Esse Duque é o do Cadaval, cujo palácio existia dentro de um grande pátio na rua do Príncipe, ao Rossio, onde veio a construir-se a estação do caminho de ferro. [...] Depois do terremoto este ultimo titulo acabou. 

Calçada do Duque [1941]
Castelo de S. Jorge
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

O edital do Governo Civil de 1 de Setembro de 1859 incorporou sob a denominação de calçada do Duque a linha que principiava no Rossio e seguia á direita até S. Roque. Com os desaterros feitos para a estação do caminho de ferro tudo isso mudou. 
E houve ainda mais; o nome do Duque alastrou, depois que a Camara demoliu o palácio dele. Os habitantes da próxima rua dos Galegos requereram a mudança dessa designação para rua do Duque! Porquê não se percebe; os Galegos são uns cidadãos como os outros, e mais úteis que muitos Portugueses. Para que foi expungir o antigo letreiro? Apesar de absurdo sem razão plausível, a Câmara aprovou-o, o Governador Civil sancionou-o, e desde Maio de 1867 a rua dos Galegos é a rua do Duque. Seja assim.==

Calçada do Duque [1946]
Ao cimo, a Rua da Condessa e o antigo Palácio Aulete depois Escola Académica.
Martinez Pozal, in Lisboa de Antigamente
 
Bibliografia
CASTILHO, Júlio de, Lisboa antiga: O bairro alto de Lisboa, p. 8, 1879.

Sunday, 21 February 2021

Os Lagos do Rossio

Estes dois lagos — «fontanas» diriam os italianos — substituem, ou sucederam, a dois poços que no Rossio existiam desde 1837; foram inaugurados em 1889. A escultura , de ferro bronzeado , é francesa. 
O Rossio foi empedrado, em xadrez, em 1837; o empedrado — que todos conhecemos — às ondas negras e brancas, do risco do general Pinheiro Furtado, e executado em parte por presos do Castelo de S. Jorge, datava de 1848-1849, e subsistiu até 1 de Setembro de 1919, dia em que começou, com inúmeros protestos, a transformação da grande placa central, sendo poucos dias depois retirados 16 bancos, e arrancadas 32 árvores.

Os Lagos do Rossio [post. 1957]
Vista nocturna: pormenor da Fonte Sul da Praça Dom Pedro IV
Estúdio Horácio Novais, 
in Lisboa de Antigamente

O módulo central de ambas as fontes caracteriza-se por apresentar um grupo escultórico bastante elaborado, coroado por quatro peixes, que vertem água para uma taça circular de pequena dimensão, a qual transborda para uma segunda taça, localizada num nível inferior, esta octogonal e de maior dimensão, que, por sua vez, transborda para um lago circular existente na base, onde quatro figuras, que representam sereias, funcionam como repuxo direccionado para a taça maior. Este elemento integra a Lisboa Pombalina, que está classificada como Conjunto de Interesse Público.

Os Lagos do Rossio [post. 1957]
Vista nocturna: pormenor da Fonte Norte da Praça Dom Pedro IV
Estúdio Horácio Novais, in FCG

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, p. 68, 1939.
cm-lisboa.pt.

Sunday, 14 February 2021

Neve em Lisboa

«Lisboa já é uma cidade civilizada: até tem neve». Podia ler-se no jornal "Diário de Lisboa" em 16 de Janeiro de 1945. E continuava ... «A cidade tomou aspectos novos. De um modo geral, o transito foi diminuto. Os estabelecimentos apresentavam-se, quasi todos, com as portas fechadas, sôbre as quais se tinham colado letreiros improvisados. "Empurre". Noutros foram corridas as cortinas, que tinham sido instaladas, há meses, durante o período de defesa passiva». «O mau tempo prejudicou o serviço de "eléctricos", pois, por estar muito pessoal doente — 220 guarda-freios e condutores! — o numero de carros a funcionar tem sido menor. Verdade seja que há menos passageiros — o que, de resto, também se verifica nos comboios. É que o numero das pessoas constipadas ou com gripe ascende a muitos milhares, estando muitas de cama, ao mesmo tempo que diversos patrões têm dispensado, nestes dias maus, grande parte do pessoal. 

Neve no Campo Grande |1945-01|
Ferreira da Cunha, in Lisboa de Antigamente
Neve no jardim do Campo Grande |1945-01|
Ferreira da Cunha, in Lisboa de Antigamente

Hoje, foram retirados da circulação os carros abertos.» «Grupos de patinadores do "Ski Clube de Portugal", entre eles algumas senhoras, procuravam as zonas de neve mais consistente para as suas praticas desportivas. Claro que estavam longe de conseguir as imensas vertentes da Serra da Estrela, mas mesmo assim divertiram-se toda a manhã, pois o sol não logrou o degelo com facilidade.» «É caso para perguntar: Estamos no polo norte ou em Lisboa? Até as coordenadas geográficas nos trocaram!» No dia seguinte, 17 de Janeiro de 1945, a neve tinha-se dissipado na cidade de Lisboa e às 9h 30m da manhã a temperatura mínima era de 1,6º C. A mínima nacional era registada nas Penhas Douradas com -6,3ºC e a máxima em Lagos com 6,7 º C à mesma hora. A queda de neve em Lisboa, e no resto do país, tinha começado a 12 de Janeiro, tendo-se prolongado pelos dias seguintes até 17 de Janeiro.

Neve na Praça dos Restauradores |19--|
Ferreira da Cunha, in Lisboa de Antigamente
Neve na Praça do Marquês de Pombal |19--|
Ferreira da Cunha, in Lisboa de Antigamente

Friday, 12 February 2021

Mercado de hortaliças da Ribeira Nova

O Mercado da Ribeira Nova há vinte anos [por  volta de 1919] — lembra Norberto de Araújo — era, quási exclusivamente, de peixe, e o das hortaliças e frutas arrumou-se até 1927 nuns barracões, entre a linha do caminho de ferro, à qual se encostava por lado de terra, e a Avenida 24 de Julho

Mercado de hortaliças da Ribeira Nova [Início do séc. XX]
Avenida 24 de Julho
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

Esse Mercado de frutas e verdes junto à linha férrea fora originado por uma greve de hortaliceiras na Praça da Figueira; as rebeldes foram-se instalar no Cais de Santarém onde estiveram dois anos, até que, despejadas dali, se instalaram (1905) no sítio — hoje [1939] ajardinado — onde fizeram o seu negócio (quem se lembrava já da greve?) até 1927. Entretanto juntaram-se-lhe as hortaliceiras da Ribeira Nova.

Mercado de hortaliças da Ribeira Nova [Início do séc. XX]
Avenida 24 de Julho
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

Lê-se no Novo guia do viajante em Lisboa de Francisco Bordalo publicado nos idos 1853Ribeira Nova - Mercado de peixe , mas onde se encontram também fructas e hortaliças. Está situado em uma boa praça junto ao caes de Sodré; tem logares cobertos como a Praça da Figueira. Na frente do mercado, junto ao rio, está a casa fiscal da administração do pescado.==

Mercado de hortaliças da Ribeira Nova [1919]
Avenida 24 de Julho
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIII, p. 57, 1939.
BORDALO, Francisco Maria, Novo guia do viajante em Lisboa e seus arredores, 1853.

Sunday, 7 February 2021

Quinta da Cruz do Tabuado

O sítio do Andaluz antiquíssimo, o avô de toda esta área — estrada que ia da Corredoira (que deu em Santo Antão) até Palhavã e até Alvalade — possui o padrão da Bica, trivialíssima, a marcar-lhe o passo semi-milenário da idade.
Hoje está reduzido a um pequeno Largo, e — com o Largo das Palmeiras de permeio — à Rua do Andaluz, que leva à Praça José Fontana, antiga Cruz do Taboado

Quinta da Cruz do Tabuado [1957]
Rua do Andaluz, 50-52
Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente
 
A Rua do Andaluz, já guarnecida de prédios modernos, ou reedificados sobre antigos casarões setecentistas, mostra ainda reminiscências do tempo velho. Aqui temos, à esquerda, subindo, um antigo solar, n.° 50-52, da «Quinta da Cruz do Tabuado», dístico que permanece ainda, em ferro, na sobreporta que introduz num pátio, e que fazia parte do logradouro da Casa. Não sei de quem fosse nem há tempo para investigar; é hoje do Dr. Rui Ulrich. Tem o prédio, muito decadente, ainda certa expressão, com sua revestimenta de azulejos «de navio» no primeiro andar.

Quinta da Cruz do Tabuado, portão [1957]
Rua do Andaluz, 50-52
Observa-se o dístico, em ferro, na sobreporta.
Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente
 
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Legendas de Lisboa, pp. 46, 1043.
ibid, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, pp. 99-100, 1939.

Friday, 5 February 2021

Rua da Misericórdia, 63-65: «Casa Maciel»

A «Casa Maciel» (2ª à dir.) fabricava candeeiros e artigos de decoração, lanternas tradicionais e modernas, alugando também material para eventos.
Começou por fabricar candeeiros de petróleo, de azeite ou de óleo de baleia e era especializada em lanternas de carruagens. Forneceu os modelos de lanterna em ferro zincado que foram colocados nas ruas de Lisboa sob encomenda do Intendente de Pina Manique. A «Casa Maciel» forneceu também a Coroa Portuguesa e as Sés Catedrais de Portugal, bem como palácios, casas senhoriais e museus portugueses e além-fronteiras. Manteve-se na posse da mesma família desde há 7 gerações, tendo sido registada oficialmente em 1810, mas começando a laborar em 1798. Foi Rui Pragana quem criou durante a 2ª Guerra Mundial o sistema “bailarina” (forma de aquecer água sem usar fogo), que permitia a todas as famílias usufruírem de luz nas suas casas através do aproveitamento de desperdícios, como jornais e tecidos. A «Casa Maciel» fabricou durante 100 anos formas de bolos, por ex., para o Palácio de Queluz na última visita da rainha Isabel II a Portugal.

Rua da Misericórdia, 63-65 |entre 1901 e 1908|
Vulgo do Mundo, antiga de São Roque, antes Larga de S. Roque
«Casa Maciel» (pormenor)
Machado & Souza, 
in Lisboa de Antigamente

A crise, a falta de operários especializados e a adaptação das suas instalações a lobby do hotel em que se transformou o edifício que a albergava, ditaram o seu encerramento em Agosto de 2015. Soube, entretanto, por mensagem de um prestável leitor, da intenção dos descendentes na reabertura desta vetusta loja lisboeta. [circulolojas.org]

Rua da Misericórdia, 63-65 |entre 1901 e 1908|
Vulgo do Mundo, antiga de São Roque, antes Larga de S. Roque
«Casa Maciel»
Machado & Souza, 
in Lisboa de Antigamente

Tuesday, 2 February 2021

2.000.000 de visitas! Mais um marco histórico para este Tasco

O Tasco nunca esteve tão concorrido, em menos de seis anos já dois milhões de fregueses bateram a esta porta. Em tempos de pandemia nunca Lisboa foi tão apetecida e esta Lisboa d'Outros Tempos não é de fechar portas.
Um grande obrigado ao benévolo público leitor, proveniente de todos os cinco continentes e de um ou outro ignoto canto do planeta que nos faz continuar a recuar no tempo e a viver a extraordinária beleza da nossa amada Lisboa.
Tiramos-vos o chapéu!
Pel’A Gerência do Tasco, MA

Calçada do Carmo [1909-06]
Multidão acorre ao Tasco em busca das últimas publicações de Lisboa de Antigamente
(Agora mais a sério) Legenda no arquivo:«Bando precatório dos estudantes a favor das vítimas do terramoto de Benavente, chegada a Lisboa de estudantes vindos do Porto»
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

N.B. Em 23 de Abril de 1909, pelas 17:40, ocorreu o maior sismo do século XX com epicentro no interior do território continental, tendo atingido uma magnitude 6.0 (magnitude momento sísmico) e uma intensidade máxima X (Escala de Mercalli modificada, 1931) na zona de Benavente e Samora Correia
O sismo provocou cerca de 40 vítimas mortais, tendo gerado enorme destruição na zona epicentral.
O facto de ter ocorrido durante a tarde, em que grande parte da população local estava a trabalhar nos campos agrícolas, pode ter ajudado ao relativamente baixo número de vitimas mortais considerando o nível de destruição que foi observado. A actividade sísmica que se seguiu foi particularmente intensa tendo-se registado cerca de 270 réplicas durante os primeiros 12 meses após o sismo. [ipma]

Monday, 1 February 2021

Ermida de Nosso Senhor do Cruzeiro

A pequena capela de Nosso Senhor do Cruzeiro, na rua do mesmo nome, terá sido erguida durante o reinado de D. Maria I, possivelmente a par das obras de construção do Palácio Nacional da Ajuda, quando a região ainda era um descampado. Poderia destinar-se a substituir uma antiga ermida, que algumas tradições dizem ter sido edificada no século XVI para albergar uma imagem de Nossa Senhora da Ajuda, invocação da Virgem cultivada pelos marinheiros no lugar do Restelo, e que teria aparecido a um pastor nesse descampado. Uma outra lenda conta que a ermida primitiva guardaria o cruzeiro resultante de um voto feito a Nosso Senhor pelo marinheiro Gaspar Manso, nas vésperas de uma viagem, hoje recolhido no Museu Arqueológico do Carmo. O cruzeiro porta a inscrição:

«GASPAR MANSO PATRAO MOR ME POS 1609»

Ermida de Nosso Senhor do Cruzeiro  |ant. 1939|
Rua do Cruzeiro, 90-94
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

O pequeno templo possui uma tipologia arquitectónica estilisticamente incaracterística, e é desprovido de elementos decorativos de relevo. A fachada principal compõe-se unicamente de um portal em arco de volta perfeita com bandeira concheada, terminando em empena triangular encimada por cruz com fogaréus barrocos nos extremos. A planta é irregular, e no interior, com nave coberta por abóbada de berço, conservam-se dois modestos altares.
Foi destino de muitos devotos locais, com uma festa anual celebrada pelo menos até 1901, no domingo de Pentecostes. Abandonada durante muito tempo, encontra-se actualmente recuperada, e integrada na propriedade onde foi construído um lar de idosos, o Lar de São José. [IGESPAR]
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