Wednesday, 31 October 2018

Palácio Castelo Melhor — Palácio dos Marqueses da Foz

Ora estamos defronte do Palácio Foz — como por muito tempo se chamará — , e dele cumpre completar actualmente a notícia histórica.


Em 1755 o Palácio primitivo dos Castelo Melhor, do lado oposto, ruiu e ardeu. A Cidade, no plano de Pombal, comprou (1764) àquêles nobres o chão da quinta para abrir o Passeio Público, e o Marquês de Castelo Melhor julgou, e bem, azado o momento para fiazer um belo palácio novo, derrubando para tanto (1777) as casas que haviam sido dos Condes de Castanheira [vd. última imagem]. Deve dizer-se, porém, que as obras foram suspensas, não sei porquê, e que só em 1845 recomeçarpm e se concluíram já em tempo do 4.” Marquês, D. António de Vasconcelos e Sousa (também Faro em seu apelido). Foi o risco do Palácio dado por Francisco Xavier Fabri; morreu no periodo da suspensão das obras (1807) e outros mestres ou arquitectos seguiram o seu plano.

Palácio Castelo Melhor |1891|
Palácio Foz — alteado de mansarda e pavilhões, coroado por esculturas de de Simões de Almeida — ou Palácio dos Marqueses da Foz
Praça dos Restauradores, 25-45; Calçada da Glória vendo.se o campanário da antiga capela derribada em 1902.
M. Caetano de Portugal, 
in Lisboa de Antigamente

Em 1889 a Casa Castelo Melhor desfez-se destas propriedades e terrenos, adquirindo-os o capitalista Tristão Guedes de Queiroz Correia Castelo Branco, 1.º Marquês da Foz (1886), filho do 1.º Barão l.º Visconde e 1.º Conde do mesmo título — Gil era o seu nome próprio — , que fôra militar ilustre, marechal de campo por seus feitos.  
O novo proprietário ordenou obras radicais no interior do Palácio, levadas a efeito pelo arquitecto José António Gaspar, tendo a seu lado o notável artista Leandro Braga; da antiga casa palaciana só ficou o exterior, êsse mesmo alteado de mansarda, e a capela, logo desfigurada também. O Marquês da Foz converteu os salões num verdadeiro Museu, no qual se ostentavam obras primas de tôdas as artes, desde a escultura e pintura à ourivesaria e mobiliário, quer portuguesas quer de mestres estrangeiros; um tecto, por exemplo, que pertenceu à «Sala dos Reis» do Convento dos Jerónimos, encontrava-se neste palácio.

Palácio Castelo Melhor |1891|
O Salão Nobre — antiga Sala do jogo — , ou Sala de baile (do antigo palácio) desenvolve-se no estilo Luiz XV, ou da Regência, e o entablamento é sustentado por dezaseis pilastras; a moldura forma uma curiosa elipse. A cúpula remata com uma pintura do século xvn, escola holandesa, atribuida a Weenix. As pinturas das sobreportas e dos medalhões são do pincel de Columbano.
Palácio Foz ou Palácio dos Marqueses da Foz
Praça dos Restauradores, 25-45
M. Caetano de Portugal, in Lisboa de Antigamente

Viste como se fêz o Palácio Castelo Melhor, no qual em 1858 foi construída uma famosa Capela de Nossa Senhora da Pureza, em sucessão de outra, demolida naquêle ano, situada na Calçada da Glória do lado opôsto ao do palácio, e que fôra erguida em 1581 por Manuel de Castro, a cujos herdeiros os Marqueses compraram em 1711 o direito. Entre ela e o palácio havia um passadiço de ligação, desaparecido em 1858.
A Capela citada do interior do Palácio desapareceu em 1902, sendo a histórica imagem de N. Senhora da Pureza transferida em 5 de Fevereiro daquêle ano para a Igreja de S. Lourenço, pertencente à Casa Castelo Melhor, a cuja Marquesa, D. Helena, o Marquês da Foz a ofereceu. Situava-se onde é o átrio do actual Salão Central, a um piso superior; era do risco de Cinatti e Rambois.
É necessário dizer-te que, a sul do Palácio, não havia nessa época prédios construídos mas um muro, por trás do qual subiam os magníficos jardins Castelo Melhor [vd. foto abaixo], que haviam feito parte da cerca dos Padres jesuítas de S. Roque, em parte cedida àquele fidalgo depois da extinção da Companhia de Jesus.



Palácio Foz, capela |1891|
M. Caetano de Portugal, in Lisboa de Antigamente





Palácio Foz, jardins |1891|
M. Caetano de Portugal, in Lisboa de Antigamente



Tudo, porém, quanto o Marquês da Foz fêz reunir, entrou logo em 1901 em dispersão, pela derrocada da Casa Foz. O Palácio foi alugado a Manuel José da Silva proprietário do «Anuário Comercial» e acabou por ficar hipotecado ao Crédito Predial, ao qual o adquiriu o Conde de Sucena em 1914.
O 2.° e actual Conde de Sucena não viu coroados de êxito moral e material os seus esforços no levantamento do «Eden»; não podendo satisfazer os seus compromissos perante a Caixa Geral de Depósitos, todos os seu bens na Avenida foram postos em almoeda.

Palácio Castelo Melhor [1891]
A Sala de jantar [da época Luís XVI] e depois também de jogo, é igualmente muito bela, ostentando sete molduras de Malhoa; todo o seu desenho e ornamentação são do risco de Leandro Braga. O tecto, em estuque, deve-se ao artista português Meira.
Praça dos Restauradores, 25-45
M. Caetano de Portugal, in Lisboa de Antigamente
Palácio Castelo Melhor [1891]
A Sala de jantar [da época Luís XVI] e depois também de jôgo, é igualmente muito bela, ostentando sete molduras de Malhoa; todo o seu desenho e ornamentação são do risco de Leandro Braga. O tecto, em estuque, deve-se ao artista português Meira.
Palácio Foz ou Palácio dos Marqueses da Foz
Praça dos Restauradores, 25-45

M. Caetano de Portugal, in Lisboa de Antigamente

No primeiro leilão, a 12 de Julho deste ano de 1939, a Caixa Geral arrematou por 8.098 contos o Palácio Foz, e mais chamou a si os dois prédios contíguos, da Calçada da Glória, onde esteve o Salão Foz e onde está desde 1868 a sociedade de recreio «Matinha». No segundo leilão, realizado a 25 do mesmo mês, a Caixa Geral arrematou o Éden, com seu recheio, por 6.000 contos, o prédio n.° 13 da Praça dos Restauradores, por 3.200 contos, e um prédio na Avenida, no n.°' 183 a 187 por 1.200 contos. 


Palácio Foz, vista da Escadaria principal  |1891|
Estilo Luiz XVI
M. Caetano de Portugal, in Lisboa de Antigamente


Palácio Foz, galeria da Escadaria principal |1891|
Estilo Luiz XVI
M. Caetano de Portugal, in Lisboa de Antigamente


Palácio Castelo Melhor |1891|
Vista do vestíbulo do palácio
Palácio Foz ou Palácio dos Marqueses da Foz
Praça dos Restauradores, 25-45
M. Caetano de Portugal, in Lisboa de Antigamente

Em 1908 José Nunes Ereira alugara o Palácio, que estava então arrendado a Manuel José da Silva, e nele instalou nesse mesmo ano o Club Restauradores (Maxim's), que ainda hoje [1939] se mantém. Em parte do edifício (entrada pelo n.° 27) instalou-se em 1915 um Ritz Club, desde 1935 sede do Sporting Club de Portugal, agremiação desportiva.

Sunday, 28 October 2018

Largo de Dona Estefânia: a Fonte de Neptuno

Esta Rua de D. Estefânia — diz Norberto de Araújo — , que quando era uma azinhaga foi chamada do «Pintor» — a grande Avenida do sítio, embora menos movimentada que outras vizinhas — é simétrica, fria, alinhada, muito «fim do século». Vai de Gomes Freire a Duque de Ávila.¹


Largo de Dona Estefânia [1951]
Fonte de Neptuno
Firmino Marques da Costa, in Lisboa de Antigamente

A Fonte de Neptuno do Largo de D. Estefânia apresenta como motivo principal uma escultura do séc. XVIII (1771), em mármore de Carrara, da autoria de Machado de Castro, que representa o deus dos mares segurando o tridente, de pé sobre uma concha assente em 2 golfinhos.
A estátua, que ornamentou, em tempos, o Chafariz do Loreto (ao Chiado), após a sua demolição, esteve colocada na Mãe de Água, no Museu do Carmo, no Depósito de Águas dos Barbadinhos e na Praça do Chile, tendo sido transferida para a sua actual localização, no Largo de Dona Estefânia, em 1951

Largo de Dona Estefânia [1951]
Fonte de Neptuno
Obras para a colocação do lago e estátua de Neptuno
Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente
Largo de Dona Estefânia [1951]
Fonte de Neptuno
Obras para a colocação do lago e estátua de Neptuno
Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente
Largo de Dona Estefânia [1951]
Fonte de Neptuno
Obras para a colocação do lago e estátua de Neptuno
Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

No sentido de criar um enquadramento para a escultura do deus Neptuno, esta foi colocada no centro de uma fonte de recorte circular, sobre a sua taça superior, que surge sobreposta a um espelho de água do seu tanque inferior, de onde emerge uma composição circular de repuxos parabólicos, iluminados por projectores submersos, os quais irradiam para a base da estátua, extravasando a água da taça para o tanque inferior. Neste último, pontuais jogos-de-água pulverizada completam a composição.²

Largo de Dona Estefânia [c. 1960]
Fonte de Neptuno
Firmino Marques da Costa,in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
¹ ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IV, p. 59, 1938.
² cm-lisboa.pt.

Friday, 26 October 2018

Um eléctrico e um «almanjarra» na Avenida da República

A 3 de Abril de 1904 inaugura-se o percurso Rossio-Lumiar com passagem pela Avenida da República (Avenida Ressano Garcia, de acordo com o toponímia da época). A 19 de Julho do mesmo ano, começam a circular carros entre Santa Apolónia e o Areeiro. A 7 de Dezembro parte o primeiro eléctrico da carreira para a Estrela.
No final de 1901, existiam já em Lisboa 24 304 metros de carril em exploração. No inicio do ano seguinte, assentava-se novo troço pela antiga Estrada do Campo Pequeno, ultrapassado já o limite do Arco do Cego. A linha de Santa Bárbara/Arroios chegava ao Areeiro, onde, na época, só existiam quintarolas. 
 
Avenida da República |c. 1904|
Junto à Praça do Duque de Saldanha
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

Outra das vias em construção levaria, em breve (25 de Abril de 1902), até mais uma zona de hortas: Benfica. A Carris chegava aos velhos arrabaldes umas boas décadas antes de a própria cidade lá chegar. O desenvolvimento urbano desses bairros seria, no futuro, profundamente marcado por estas ligações directas ao centro de Lisboa.
Também em 1902, vêm dos Estados Unidos os primeiros carros abertos com 12 bancos transversais. Ao lisboeta, pareceram tão grandes que metiam medo, afigurando-se-lhe mesmo incapazes de desfazer as curvas das ruas da cidade. Adquiriram logo a alcunha condizente «almanjarras».

Avenida da República |c. 1904|
Cruzamento com a Av. Duque de Ávila
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
DIAS, Marina Tavares, História do Eléctrico da Carris, 2005.

Wednesday, 24 October 2018

Praça 5 de Outubro, Cascais

É evidente que o topónimo Cascais deriva de casca, como lavais de lava, trigais de trigo, etc. Mas — perguntarão os nossos estimados leitores com natural curiosidade — , de que espécie de casca? Acaso haveria no sitio onde surgiu a povoação tão grande quantidade de cascas que impusesse, ou ao menos explicasse de maneira aceitável, tal denominação?
Vejamos o que, sobre o étimo de Cascais escreveu Rafael Bluteau na pág. 204 do Suplemento ao seu Vocabulário:
A villa de Cascaes principiara haveria duzentos annos¹, pouco mais ou menos; que os primeiros que a habitaram foram pescadores de redes, os quaes para as lançarem ao mar primeiro as mascaravam com folhas de aroeira, que se punham de molho em tinas ou talhas grandes onde mettiam as redes. Que se fora povoando a villa cada vez mais, e assim também as tinas e talhas, a que os pescadores chamavam casqueiros, parecendo que dahi vinha, por corrupção de vocábulo, o nome de Cascaes, originado no costume de perguntarem uns aos outros — encascaste já?
¹Aliãs, 363, isto é, de 1364, até 1727, ano da publicação do Suplemento

Praça 5 de Outubro, Cascais |1950|
Vista tomada do Passeio Dom Luís I; ao fundo destaca-se o edifício dos antigos Paços do Concelho e, à direita, o Café Tavares, onde hoje se encontra o Hotel Baía
A praça 5 de Outubro, antiga de D. Luís I, é um dos pontos centrais da vila de Cascais. Aqui se encontra a estátua de D. Pedro I, o rei da trágica história de amor de D. Inês de Castro. Conhecido como "O Justiceiro" (também O Cruel, O Cru ou O Vingativo), foi durante o seu reinado que Cascais recebeu o foral.
António Passaporte, in Lisboa de Antigamente
Colecção José Santos Fernandes

Bibliografia
BARRUNCHO, Pedro Lourenço de Seixas Borges, Apontamentos para a história da vila e concelho de Cascais, 1873, p. 8-9.

Sunday, 21 October 2018

Rua de São João da Praça: Hospício de S. Rafael

E aí tens a razão da invocação de S. Pedro, aqui por êste bairro da Alfama: Porta, depois Arco de S. Pedro, Torre de S. Pedro, e Rua de S. Pedro, seguindo aí já à direita, e que por agora deixamos. Tinha a Igreja a porta voltada ao poente.


Aí os temos neste apontamento, na porta n.° 2, à entrada da Adiça; oferece certo interesse com um arco desenhado, e um corpo central encravado na parede da construção do século passado, e sobre o qual existe uma varanda, adiantada de uma porta guarnecida de cantaria. Era isto, assim tal qual, a porta da velha S. Pedro? Não era nem o podia ser, digo eu discordando do que anda escrito por alguns bons autores. A mesquinhez do que aí está não podia corresponder a um portal de templo.

Rua de São João da Praça [ c. 1903]
 Confluência com a Rua da Adiça, 2
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente

Sucedeu que, depois de desaparecer S. Pedro, se ergueu aqui, 1780, talvez aproveitando materiais, um Hospício, intitulado de N. Senhora da Conceição ou dos Sufragadores das Almas do Purgatório, religiosos da ordem fundada em Gusmão, e que tinham por patrono o arcanjo S. Rafael; o hospício possuía a sua Igreja, cuja porta principal estava voltada ao Sul. O Hospício foi extinto em 1834, e pouco depois construiu-se o prédio que aqui temos à vista, e no qual se pouparam uns pormenores da casa religiosa, que são afinal estes, que eram da face lateral.
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. X, p. 49, 1939)



 
Rua de São João da Praça   [c. 1950]

Confluência com a Rua da Adiça, 2 (ao fundo); Tv. do Chafariz de El-Rei

Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente
(clicar para ampliar)

Friday, 19 October 2018

Palacete Macieira

Esta Avenida Fontes Pereira de Melo — já o tens notado — ostenta propriedades de certo sentido aristocrático de arquitectura —  diz Norberto de Araújo nas suas Peregrinações; lembro-te o palacete da família Macieira, n.° 30, risco do arquitecto Korrodi [...].


Em 1910 o Prémio Valmor foi atribuído a um edifício de habitação sito na Avenida Fontes Pereira de Melo, 30. O autor do projeto foi o arqº Ernesto Korrodi (1870-1944), Suíço naturalizado Português, e o edifício pertencia a António Macieira. Este edifício reflectia um certo gosto provinciano com a sua entrada abrindo para um estreito corredor lateral.
Demolido em 1961 deu lugar ao edifício que alberga o Teatro Villaret.

Palacete Macieira |c. 1910|
Avenida Fontes Pereira de Melo, 30
Paulo Guedes, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIV, p. 81, 1939.

Wednesday, 17 October 2018

Cine Esperança

No antigo Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré (ou das Bernardas), na Rua da Esperança, abre em Junho de 1924 o Cine Esperança. Num bairro bastante populoso onde a comunidade não se mostrava particularmente interessada na “fotografia animada”, o empresário Santos Malafaia resolveu ainda assim arriscar a abertura do negócio que acabou por fechar em 1950. Hoje em dia no mesmo espaço está instalado o auditório do Museu da Marioneta.

Cine Esperança |1968|
Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré
Rua da Esperança, 146
Também chamado Abadia de Nossa Senhora da Nazaré do Mocambo; Mosteiro das Bernardas; Convento das Bernardas;
Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré de Lisboa
Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

Esta Rua da Esperança — relembra-nos o ilustre Norberto Araújo — , com carácter bairrista, despido de pitoresco, mas expressivo - e que deve seu nome ao nobre Convento da Esperança de que falarei abaixo - foi reconstruída depois do Terramoto; dela saem, pelo lado Norte, agora à nossa esquerda, a Calçada do Castelo Picão, a Travessa das Izabéis, e a Travessa do Pasteleiro, bizarras e populares, que vão dar ao coração da Madragoa, e pelo lado Sul a já citada Travessa dos Barbadinhos.

Cine Esperança |1969|
Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré
Rua da Esperança, 146
Também chamado Abadia de Nossa Senhora da Nazaré do Mocambo; Mosteiro das Bernardas; Convento das Bernardas;
Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré de Lisboa
João Goulart, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. VIII, p. 22, 1938.

Sunday, 14 October 2018

Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré (ou das Bernardas)

Erigido na parte mais alta da Rua da Esperança, à direita de quem sobe, este convento foi primitivamente das religiosas recoletas de S. Bernardo, vulgo Bernardas.


Começou como recolhimento de mulheres penitentes, passando a convento em 1654.
A religião de S. Bernardo é tão antiga como a nacionalidade, embora até 1653 não houvesse descrição de nenhum convento de religiosas Bernardas Descalças.
Era, ness altura, Frei Vivaldo de Vasconcelos (Abade do convento de Nossa Senhora do Desterro), o único da Ordem de S. Bernardo que existia em Lisboa. E sabendo ele que havia um recolhimento de devotas que queriam servir a Deus, pensou em fundar um convento de monjas cistercienses, pelo que pediu licença a D. João lV, não o conseguindo.

Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré
Rua da Esperança, 146
Também chamado Abadia de Nossa Senhora da Nazaré do Mocambo; Mosteiro das Bernardas; Convento das Bernardas; Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré de Lisboa
Maqueta de Lisboa antes do Terramoto de 1755, pormenor, in Museu de Lisboa

Voltando à carga por intermédio de D. Luísa de Gusmão, conseguiu finalmente a licença. E aconteceu que, sentindo El-Rei formigueiros intensos num braço que muito o incomodavam havia dias, aquando da assinatura da licença achou-se de repente curado, o que interpretou que tivesse sido pelo despacho concedido, dando muitas Graças pela hora em que acedeu na rubrica.
Foi eleita Abadessa D. Antónia Moniz, com o nome de Soror Antónia do Espírito Santo, durante 12 anos.
Seguiu-se D. Francisca de Vasconcelos (Soror Francisca das Chagas) e depois D. Maria de Almeida (Maria do Sacramento). 

Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré [1968]
Rua da Esperança, 146
Também chamado Abadia de Nossa Senhora da Nazaré do Mocambo; 
Mosteiro das Bernardas; Convento das Bernardas; 
Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré de Lisboa
Armando  Serôdio, in Lisboa de Antigamente

Fechou-se a clausura em 1655, sendo a invocação da igreja e do convento em honra de Nossa Senhora da Nazaré.
Não teve desde o início padroeiro, nem rendas que suprissem as dedespesas necessárias, sendo preciso os dotes das religiosas para continuar as obras do convento.
Em 1706, era habitado por 55 monjas.
Tinha o cenóbio 6 dormitórios azulejados até grande altura e as celas eram todas azulejadas à volta, coisa que na época não acontecia na maioria dos outros conventos da cidade.
Ficou completamente destruído com o terramoto de 1755, indo as freiras abarracarem-se na cerca do convento da Esperança.
Seria mais tarde reedificado e transformado em casas de habitação para famílias pobres.

Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré
Rua da Esperança, 146
Também chamado Abadia de Nossa Senhora da Nazaré do Mocambo; Mosteiro das Bernardas; Convento das Bernardas; Mosteiro de Nossa Senhora da Nazaré de Lisboa
Maqueta de Lisboa antes do Terramoto de 1755, pormenor, in Museu de Lisboa

N.B. Tendo tido diferentes donos particulares durante quase século e meio, na sua igreja se instalou um cinema (1924) e uma oficina (década de 1950), tendo a restante área conventual sido maioritariamente ocupada por ocupação educacional (séc. XIX) e habitacional (desde o início do séc. XX). Depois de décadas a padecer de problemas de salubridade, sobrelotação e conservação, a Câmara Municipal de Lisboa adquire o imóvel em 1998, onde é instalado o Museu da Marioneta, mantendo-se simultaneamente a função habitacional.
_____________
Bibliografia
CAEIRO, Baltazar José Mexia de Matos,, Os conventos de Lisboa, 1951.

Friday, 12 October 2018

Fábrica de Moagem a Vapor de Sacavém

Fundada em Sacavém, na década de 1870 (1879?), por Domingos José de Moraes, era, conjuntamente com a moagem do Caramujo, em Almada, a fábrica de farinha que estava, já em 1889, equipada com o sistema de moagem mais moderno — o austro-húngaro — equiparando-se, então, às mais avançadas unidades mundiais desta indústria. 
Em 1892 era a unidade fabril com maior força produtiva do país. No início de 1904, a partir dos seus edifícios. anexos, maquinismos, quotas de rateio. etc., fundou-se a Companhia Nacional de Moagem, para farinaçâo, comércio de cereais. descasque de arroz e «...aproveitamento dos sub productos e quaisquer industrias congéneres, assessorias e derivadas, como panificação e fabrico de massas alimentícias e bolachas». Tinha um capital social de 600.000$000 réis.
Em 1907 foi integrada no recém fundado grupo da Nova Companhia Nacional de Moagens.

Fábrica de Moagem a Vapor de Sacavém [ca. 1912]
Praça da República; Largo da Feira
Joshua Benoliel. in Lisboa de Antigamente
Nota(s): esta fotografia não está identificada no amL

Em Sacavém de Baixo, o Largo da Feira (ou Terreiro de Sacavém), junto da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação, foi rebaptizado de Praça da República; junto desta, a Rua dos Armazéns e a Rua da Estação viram os seus nomes alterados para Rua Miguel Bombarda e Domingos José de Morais (proprietário da fábrica na foto), respectivamente.

Fábrica de de Moagem a Vapor de Sacavém, de Domingos de José Moraes, em 1898
Praça da República
IV Centenaire de la Découverte de la Route Maritime des Indes. Excursion industrielle de Lisboa à Thomar, p. 58 Imagem retirada de FOLGADO, Deolinda e CUSTÓDIO, Jorge, Caminho do Oriente – Guia do Património Industrial, Lisboa, Livros Horizonte, 1999. p. 211.
Foto Marinho, in Lisboa de Antigamente

Wednesday, 10 October 2018

Palácio Azurara

Entramos no Largo das Portas do Sol. Passam varinas, padeiros, vendedeiras de azeitona; passa também José Gomes Ferreira que nos diz ser «esta Lisboa a que eu volto sempre, quando quero encher os olhos de Lisboa», «tão entranhadamente vivi a vadiagem por esses sítios que contínuo a considerá-los (...) a Lisboa verdadeira». No Largo, informa-nos Norberto de Araújo, «o Palácio da esquina — enorme casarão que se estende até à Travessa de Santa Luzia, já a tocar o Largo do Contador-Mor — foi pertença dos Viscondes de Azurara.»


O Palácio Azurara, nas Portas do Sol, é uma construção de fundo nitidamente seiscentista ainda que se não possa precisar o ano em que foi erguido, e por quem. Certo é que em 1573 — ano a que lhe faz referência o Tombo — existiam neste sítio três moradias de casas de loja e sobrado, mas não foram elas que deram núcleo fundamental ao palácio. Estavam essas casas apoiadas e encravadas na muralha da Cerca Moura, entre duas torres, uma desaparecida — a que flanqueava pelo Norte a Porta do Sol , e outra, ainda de pé, recentemente reintegrada, havendo sido o fundo do átrio do palácio rasgado em arco na muralha de ligação dessas duas torres. Em relação ao alinhamento seiscentista, a frontaria daquele bloco de três moradias era mais recuada, e reduzia-se a uns escassos aproximados dezassete metros de frente (Portas do Sol), e outros tantos no posterior (encostado à muralha).

Palácio dos Viscondes de Azurara |entre 1930 e 1939|
Largo das Portas do Sol 
Ao fundo vê-se a Igreja de Santa Luzia
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Quanto à torre moura, que faz parte integrante do palácio desde que este existe, é de estabelecer que tivesse sido tomada praticável, com escavação interior nos vários pavimentos para abertura de salas, quando da construção do palácio, pois as salas deste e da torre estão no mesmo nível, e são interdependentes.
No primeiro quartel do século XVIII era este palácio de Bernardo Luís da Câmara Sottomaior, nascido em 1693 na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa, filho de Tomás da Silva da Câmara e afilhado do Conde Tarouca. Este Bernardo Luís teria herdado, ou adquirido, o palácio das Portas do Sol, já então ostentoso.
A data em que o palácio veio à posse do Visconde de Azurara, João $alter de Mendonça, não está apurada. João Salter de Mendonça foi feito 1.º Visconde de Azurara em 1819, e morreu em 1825. Os Azuraras promoveram por sua vez, restauros e transformações em várias salas, e teriam mesmo alterado no alto da escadaria a porta de acesso ao salão nobre, fazendo colocar sobre ela a pedra de armas que ainda lá se vê, e cuja leitura neste trabalho pela primeira se faz.

Palácio dos Viscondes de Azurara |c. 1949|
Fachadas sobre os Largos das Portas do Sol e de Santa Luz ia, distinguindo-se à direita do portal nobre e a torre da Cerca Moura.
Fotografia anónima, in
Inventário de Lisboa

Em 1870 a grande casa das Portas do Sol pertencia a Pedro da Cunha. Parece que depois de deixar de pertencer ao último Azurara foi sede de um colégio, com o qual abriu o seu triste destino de inquilinato. De Abril de 1900 a Junho de 1907 ocupou-o o Corpo do Estado Maior do Exército; depois existiu nele um colégio religioso de D. Julia de Brito e Cunha, extinto em 1912; em 1918 foi o velho palácio arrendado a Augusto Alves Diniz & e C.ª, e desse ano até 1933 serviu de hospício de hidrófobos, entrando em lamentável abandono — uma verdadeira «ilha» — acabando por cair no inquilinato pobre, de cousa alguma lhe valendo obras sumaríssimas, e chegando nesse estado a 1940. Nesse ano um dos herdeiros dos Lavres, José da Cunha, sugeriu à Câmara Municipal a aquisição do edifício, mas o Município não se interessou pela operação, tal o estado de decrepitude a que o Palácio Azurara havia chegado. Em 18 de Novembro de 1948 o imóvel foi à praça para partilhas, adquirindo-o Joaquim Baptista Fernandes, que nele se lançou a trabalhos de limpeza e valorização, mas sem um plano definido.
Finalmente em Dezembro de 1947 o palácio que fora de Bernardo da Câmara e dos Salteres de Mendonça foi comprado ao citado Baptista Fernandes pelo dr. Ricardo Espírito Santo Silva, que logo em 24 de Fevereiro do ano seguinte começou nele a promover largo e condigno restauro. As obras radicais e embelezamento e reintegração foram orientadas pelo próprio dr. Ricardo do Espírito Santo, de colaboração com o arquitecto Raul Lino, e bem pode dizer-se que mais complexo do que o trabalho de restauro, em si, foi descoberta do «mistério», das truculentas adaptações impostas ao edifício em todos os pavimentos, desde havia muitos anos.

Palácio dos Viscondes de Azurara |c. 1949|
Aspecto da torre da Cerca Moura, recentemente revelada,
e que se integra no corpo Nascente do Palácio Azurara.
Fotografia anónima, in
Inventário de Lisboa

Foram postas à vista, depois de limpas do branco de óleo, pinturas ornamentais em tectos de masseira; limpos os silhares de azulejo em várias salas e dependências, e colocados outros, advindos das colecções do proprietário; restaurados os «frescos» em tectos e paredes; apeadas muitas divisórias; renovados esconsos, escadas e pequenas câmaras; recomposto com arcarias o pátio interior; alindado o átrio com novas pinturas ornamentais nos tectos de madeira e com a colocação de azulejos, alterando-se o segundo arco de sustentação do fundo, substituído o revestimento de cerâmica industrial dos exteriores por altos silhares de cantaria. Finalmente foi revelada uma das torres da Cerca Moura, cujo lugar se sabia ser aquele, mas que se supunha desaparecida, ficando este monumento à vista na sua austera enxilharia primitiva, antes revestida de azulejos vulgares, e havendo nela sido descoberta, cavada na pedra sobre a sacada do terceiro andar da torre, uma cruz dos templários, do século XII.

Palácio dos Viscondes de Azurara |1961|
O Palácio Azurara, irregular em planta, tem a fachada principal orientada a Norte, com o portão principal, n.º 2, no Largo das Portas do Sol, obliquando para o Largo de Santa Luzia.
Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

O Palácio Azurara ressurgiu rejuvenescido e dignificado. Na altura (Novembro de 1949) em que se escreve esta nota é disposição do actual proprietário fazer doação do edifício ao Estado, para nele ser instalado um Museu de Artes Decorativas.

N.B.  O Museu-Escola de Artes Decorativas Portuguesas desenvolve-se através de várias salas que reflectem os diferentes estilos decorativos dos ambientes senhoriais portugueses, do século XVII ao século XIX. Assim, núcleos museológicos de mobiliário, têxteis, ourivesaria, porcelana, vidros, pintura e azulejo unem-se numa recriação de épocas como a de D. José ou de D. Maria I, em que o azulejo, bem sumptuário por excelência até inícios do século XIX, desempenha um papel de quase omnipresença.
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Bibliografia
JANEIRO, Maria João , Lisboa: histórias e memórias, 2006.
ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, 1950.

Sunday, 7 October 2018

Quartel de Marinheiros

Ora aí tens o quartel dos Marinheiros, de tanto renome bairrista — recorda-nos Norberto de Araújo.
O Corpo de Marinheiros foi criado cm Agosto de 1854, começando poucos anos depois a erguer-se éste edifício, só concluído em 1865. Os terreiros para o seu Quartel não pertenciam ao Estado — segundo creio —, e teriam sido cedidos a titulo de doação perpétua, não podendo ter outro destino que não fõsse o de servir a aquartelamento da Armada. É, como se vê, urna coustrução trivial com dois andares, com corpos laterais que envolvem a parada norte, e um outro corpdcentral — em cujcs baixos foi a prisão dos marinheíros até o ano passado — , e que entesta a parada sul, debruçada sôbre o alto muro corrido da Avenida 24 de Julho e Rua do Tenente Valadim, que liga aquela avenida à Pampulha.
Quartel de Marinheiros (ao centro) [1932]
Praça da Armada, antiga Rua do Arco a Alcântara (1888)
Fotógrafo não identificado,
in Lisboa de Antigamente

No terreno da parada do actual Quartel se erguia no século XVII, sôbre chão que pertencera ao Conde de Cantanhede, o Baluarte de Alcântara, começado a construir em 1650, e que obedecia a um plano de novas fortificações da cidade, que compreendia 32 dêsses fortins, e que não prosseguiu na execução. O Terramoto destruiu quási por completo êste Baluarte, que ocupava uma larga área sôbre o rio e sob Alcântara.
O Corpo dos Marinheiros foi afastado dêste edifício em 1918, e nunca mais para aqui voltou. No antigo quartel estão hoje [1939] instalados o Tribunal de Marinha, o Arquivo do Ministério da Marinha, a Secção de Reformados, a Assistência aos Tuberculosos da Armada, e a Banda da Marinha.

Quartel de Marinheiros (ao centro) [c. 1940]
Panorâmica sobre a Avenida 24 de Julho, ao fundo vê-se o Palácio das Necessidades.
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IX, p. 15, 1939.

Friday, 5 October 2018

Palacete Ceraque

O palacete sito na Rua Gomes Freire foi construído em 1878, na então denominada Carreira dos Cavalos, em terrenos adquiridos à Coroa Portuguesa. As iniciais do nome do então proprietário, Francisco Maria Ceraque, encontram-se gravadas em ferro na porta da entrada principal do edifício.
No final do século XIX, por falecimento do primeiro proprietário, o palacete transitou para a família dos actuais [Sousa Rego].

Palacete Ceraque [1961]
Rua Gomes Freire, 98

Augusto Fernandes, in Lisboa de Antigamente

No início do século XX, o 1º piso da Casa foi arrendada ao Tribunal da Câmara, que aí funcionará até finais dos anos 60. Nas décadas de 1930-40 esteve aqui instalada a creche dos filhos dos empregados dos hospitais.
Em 2016, após obras de restauro pelo actual proprietário, o palacete Gomes Freire abre as suas portas para a realização de eventos.

Palacete Ceraque [1930]
Rua Gomes Freire, 98

Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

Wednesday, 3 October 2018

Jardim Constantino

Ao cimo da bela Rua Passos Manuel está o Jardim Constantino«o Rossio da Estefânia do fim do século XIX», assim apelidado por Norberto de Araújo — , pequeno mas esmeradamente cultivado. Tem bancos de madeira e em noites estivais enche-se de famílias que por ali perto habitam. Não tem grades que o furtem ao trânsito.

Jardim Constantino [1959]
Biblioteca Municipal ao ar livre
Ruas Passos Manuel, José Estêvão, Pascoal de Melo e Rua Mindelo

Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

Deu o nome ao jardim o famoso floricultor municipalista, José Marques de Sampaio e Melo Constantino, classificado o «Rei dos Floristas». Segundo Mário Costa no seu Chiado Pitoresco e elegante obteve aquele título em Paris. As suas prodigiosas flores, tão finamente imitadas do natural — recorda-nos o autor — , vinham de longe para decorar as principais montras do Chiado. Tornaram-se moda as «flores constantinas». E, por duas vezes, o seu autor as enviou expressamente para Portugal, num honroso destino, oferecidas às rainhas D. Estefânia e D. Maria Pia, figurando nas cerimónias dos seus casamentos.

Jardim Constantino [1939]
Ruas Passos Manuel, José Estêvão, Pascoal de Melo e Rua Mindelo
A poente, pode observar-se a estátua em pedra de Prometeu da autoria de
Francisco dos Santos.
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

O jardim, meramente decorativo, ostenta desde 1925, ao centro, uma admirável escultura [Prometeu] de Francisco dos Santos. Fica situado entre as Ruas Passos Manuel, José Estêvão, Pascoai de Melo e Alexandre Braga Rua Mindelo. As edificações deste Largo ou Praça são recentes, pois datam do último quartel do século passado [XIX].

O património vegetal inclui uma árvore única na cidade, a melaleuca styphelioides, vulgo árvore-papel, classificada como de Interesse Público em 1996 e uma figueira-australiana, classificada em 1947.

Jardim Constantino [1968]
Ruas Passos Manuel, José Estêvão, Pascoal de Melo e Rua Mindelo

No canto sudoeste ergue-se o antigo quiosque municipal, actualmente servindo de urinol Apresenta seis painéis de azulejos, alguns deteriorados, representando, uns, cenas alusivas à beleza feminina. Desconhece-se o seu autor.
Artur Inácio Bastos, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
VIDAL, Angelina, Lisboa antiga e Lisboa moderna, 1994.
COSTA, Mário, O Chiado pitoresco e elegante, 1987.
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IV, 1938.
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