Friday, 31 May 2024

Praça da Figueira, 7: Hospital das Bonecas

Rezam as historietas populares que, nos idos de 1830, uma tal D. Carlota se sentaria à porta da ervanária com o n.º 7 da velha Praça da Figueira a remendar e a coser bonecas de trapo. Assim nasceu o afamado Hospital das Bonecas que trata da saúde destas desde então. Aqui consertam-se bonecas, fazem-se brinquedos em miniatura e criam-se roupas e acessórios. Nas suas instalações há ainda um museu com milhares de bonecas.

Praça da Figueira, 7 |1961|
Hospital das Bonecas 
A entrada faz-se pela loja de vão de escada, com prateleiras ao comprido da parede atulhadas de corpos desconjuntados, torsos, pernas, braços, cabeças, de loiça ou pau olhos de vidro e cabeleiras, esqueletos e armações.
Artur Goulart, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 26 May 2024

Ruas Cascais e do Cais de Alcântara

Da Rua Fradesso da Silveira para o sul, até à Avenida da Índia, sobre o caneiro de Alcântara e do lado ocidental do mesmo — diz o eng.º Vieira da Silva — , passa uma rua que faz seguimento à de João de Oliveira Miguens, a qual tinha o mesmo nome que eia, que foi mudado em 1917 para Rua Cascais.
É obscura a origem da Rua Cascais, embora se possa aventar a hipótese de este topónimo se dever à proximidade à linha ferroviária para Cascais.
Do, meio da Rua Cascais para o rio, com as obras do Porto de Lisboa, foram conquistados mais terrenos, onde se implantaram vários edifícios e estruturas, entre os quais, as vias férreas da Estação de Alcântara-Mar e a doca de Santo Amaro.¹ Este topónimo foi atribuído por Edital municipal de 21/01/1889 e recorde-se que nesse mesmo ano, a 30 de Setembro, foi inaugurado o ramal de Cascais, com início em Pedrouços e ligação a Lisboa por barco. No ano seguinte, com terrenos ganhos ao rio Tejo, o referido ramal chegou a Alcântara, fazendo ligação à linha de Cintura e permitindo o acesso à estação do Rossio até em 1895 se concluir a ligação ao Cais do Sodré.

Rua Cascais (em cima) e Rua do Cais de Alcântara |1940-08|
Troço compreendido entre a Rua Fradesso da Silveira e a margem do Tejo.  Rua João de Oliveira Miguens; ao fundo nota-se o Cemitério dos Prazeres.
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Nos terrenos conquistados ao Tejo acham-se abertas muitas vias públicas, das quais a mais importante é a Avenida da India, começada a construir há muitos anos, sendo o último troço a concluir-se o que vai desde a Avenida 24 de Julho até à actual Rua do Cais de Alcântara a que primeiro foi dado o nome de Rua 14 de Maio.¹
O Edital da época informa o seguinte:
  1. Considerando que a esta Câmara Municipal têm chegado numerosos pedidos de entidades oficiais e particulares, para que se modifiquem determinadas denominações toponímicas da Capital;
  2. Considerando a vantagem de regressar, em certos casos, às antigas denominações, e a justiça de homenagear algumas figuras e entidades nacionais merecedoras da nossa consagração (…)
  3. Que à Rua 14 de Maio – que não tem nenhum passado histórico – , passe a designar-se Rua do Cais de Alcântara
Final da Rua Cais de Alcântara e da Rua Cascais com a Av. da IndiaAv. da India |1940-08|
Na confluência destas artérias foi erguido o Viaduto de Alcântara inaugurado em 1972.
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
¹ Olisipo: boletim do Grupo «Amigos de Lisboa»,  A Ponte de Alcântara e suas circunvizinhanças: notícia histórica, por A. Vieira da Silva, 1942.

Friday, 24 May 2024

Convento de N. S. do Bom Sucesso

Foi em 1628 que D. Iria de Brito, condessa de Atalaia, doou a quinta que possuía em Pedrouços para que aí se instituísse um recolhimento de monjas jerónimas, dedicado a Santa Paula.
Embora a vontade da doadora estivesse firmada em escritura, o dominicano irlandês Dominic O'Daly, conhecido em Portugal como frei Domingos do Rosário, obteve licença de Filipe III em 1639 para que no antigo solar da Condessa de Atalaia se fundasse um convento dominicano, destinado a acolher cerca de 50 religiosas irlandesas.
A primeira pedra do cenóbio, dedicado a Nossa Senhora do Bom Sucesso, foi lançada em 1645, desconhecendo-se a autoria do projecto do edifício. A igreja estava concluída no ano de 1670, quando foi transferido para o seu interior o Santíssimo Sacramento, e as obras do complexo conventual terminavam em 1688, com a construção dos dormitórios, executada pelo mestre pedreiro Manuel Cerqueira de Campos.

Convento de Nossa Senhora do Bom Sucesso |1965|
Rua Bartolomeu Dias
O templo desenvolve-se em planta octogonal, com contrafortes coroados por pináculos. O portal principal, de moldura rectangular ladeada por pináculos, é encimado por friso e nicho com a imagem da padroeira. 
Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

O convento manteve a traça seiscentista, uma vez que a estrutura pouco sofreu com o terramoto de 1755. Cercado por muro, com reentrância onde se inscreve o portão, o cenóbio possui um pátio que permite o acesso à casa conventual, disposta à esquerda, e à igreja, à direita.
O conjunto organiza-se em torno do claustro, com dois pisos, sendo o primeiro com arcada e o segundo com varanda, ao centro do qual se edificou uma fonte. O edifício conventual, que se agrega à quadra, possui um terceiro piso.
Em 1860, já depois da extinção das ordens religiosas, o Convento da Senhora do Bom Sucesso, que ainda albergava uma considerável comunidade de freiras, passou a funcionar como colégio feminino, então circunscrito às descendentes de católicos irlandeses. O colégio mantém-se em funcionamento até aos dias de hoje, tendo sido alargada a actividade educativa a partir de 1955, quando as freiras cessaram o regime de clausura.

Convento de Nossa Senhora do Bom Sucesso |c. 1939|
Rua da Praia do Bom Sucesso; Rua Bartolomeu Dias
Ao fundo observam-se os gasómetros da Fábrica de Gás de Belém, desactivada em 1949.
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

No interior, destaca-se o retábulo com baldaquino, que integra um conjunto de pinturas a óleo atribuídas a Bento Coelho da Silveira. Nos seis panos laterais foram abertos arcos de volta perfeita que albergam altares de talha, encimados por pinturas com figuras de santos dominicanos. [IGESPAR]

Sunday, 19 May 2024

Campo dos Mártires da Pátria que foi de Sant'Ana e do Curral

E agora dilecto nesta quietação urbanista podes adivinhar — diz Norberto de Araújo — , se quiseres fazer um pequeno esforço, um «Rossio» popular, que foi em velhos tempos cômoro de moinhos de vento, eirado de rezes votadas ao sacrifício; depois, jornada de passeio, mercado, hortas e feira; praça de toiros, com esperas de gado, guizalhadas, alarde de batedores, alarido, cenas de boémia e guitarradas; campo de procissões, ponto de romarias a Sant'Ana, em paradas da devoção popular exteriorizada; logradouro de cavaleiros e fidalgos, na volta da Carreira dos Cavalos [actual Rua Gomes Freire]; desfile de seges, de tipóias, de carruagens de estadão, passagem fortuita de cortejos de embaixadas à Bemposta; passo obrigatório da população arrabaldina até [a]o Rossio pela lomba da Calçada Velha [Cç. de Sant'Ana]; estendal de velharias, de curiosidades, de bagatelas de vida em almoeda; e — campo de martírio, pois aqui foram enforcados os companheiros de Gomes Freire de Andrade, implicados ou suspeitos da conspiração contra o marechal Beresford.

Campo dos Mártires da Pátria |1933|
Denominado "de Sant'Ana" devido à existência, desde 1561, de um Convento do mesmo nome. Ao fundo corre a Rua Gomes Freire.
Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente

Isto foi o Campo de Sant'Ana.
Desde 12 de Novembro de 1880  11 de Julho de 1879, passou a chamar-se, designação que perdura no dístico municipal, mas que não entrou na auditiva popular.

Campo dos Mártires da Pátria [finais do  séc. XIX]
Topo norte junto ao antigo Chafariz de Sant'Ana. Ao fundo nota-se a estreita embocadura da Rua Gomes Freire (antiga 
Carreira dos Cavalos) antes do alargamento e rectificação daquela artéria por volta da década de 1940.
Autor não identificado, in Lisboa de Antigamente

«Campo do Curral» lhe chamavam do seu começo. porque afastado, mais pelo isolamento do que pela distância, do Rossio verdadeiro de Valverde (o Rossio de hoje) — aqui, ou melhor: ali onde é o Largo do Mastro, onde se faziam as matanças de gado para o abastecimento da cidade quinhentista,
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IV, pp. 36-37, 1938)

Campo dos Mártires da Pátria |c. 1910|
Antigo do Curral; Campo dos Mártires da Pátria (desde 1879); Rua de Santo António dos Capuchos (dir.); ao fundo nota-se a "torre" do Palácio Silva Amado e a Rua do Instituto Bacteriológico.
Lima, Alberto Carlos, in Lisboa de Antigamente

Friday, 17 May 2024

Drogaria Progresso, à Polytechnica com a Rua da Penha de Fança

Penha de França (rua da) quarta á direita na rua da Escola Polytechnica, indo do largo do Rato e finda na travessa de Nossa Senhora da Conceição, freguezias de S. Mamede 1 a 61 e 28 a 82, Santa Izabel 2 a 26. [Velloso: 1869]

Drogaria Progresso |c. 1911|
Rua da Escola Politécnica, 109-113, com a Calçada Engenheiro Miguel Pais — dístico de 1948.
Antiga Calçada de João do Rio, antes Calçada da Penha de França e antes Rua da Penha de França.
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

Correia Pais (1825-1888) foi um engenheiro militar que alcançou a patente de Tenente- Coronel em 6 de Junho de 1868.
Trabalhou nas linhas do Caminho de Ferro do Sul e Sueste Em 1876 apresentou um projecto de uma ponte entre o sítio do Grilo - no Beato - e o Montijo, com um tabuleiro duplo para circulação ferroviária e rodoviária e na sua obra «Melhoramentos de Lisboa e Seu Porto» (1883-84) defendeu projectos como um túnel entre o Largo do Município e o Largo do Corpo Santo, um viaduto metálico entre o Largo do Caldas e o Chiado, uma avenida de 800 m entre a Rua da Misericórdia e o Palácio de S. Bento, um grande viaduto metálico entre o Monte da Graça e o Monte da Estrela ou uma linha de túneis entre o Largo do Intendente a Rua de S. Bento.

Drogaria Progresso (s/d) |c. 1905|
Fachada sobre a  Calçada Engenheiro Miguel Pais — dístico de 1948.
Antiga Calçada de João do Rio, antes Calçada da Penha de França e antes Rua da Penha de França.
"Especialidade de artigos para Photographia, Analyses e Embalsamamentos"
Arquivo MTD

Sunday, 12 May 2024

Rua Marechal Saldanha com a Rua do Almada

A Rua do Marechal Saldanha é um topónimo atribuído por edital de 31 de Dezembro de 1885 à antiga Rua da Cruz de Pao, e que assim se chamava por haver, dizem, no Alto de S.ta Catarina uma grande cruz de madeira, que servia de guia aos` navegantes até fora da barra.

Nesta artéria é homenageado o ilustre militar Duque de Saldanha (1790-1876), de seu nome João Carlos de Saldanha Oliveira e Daun que era neto materno do Marquês de Pombal. Notabilizou-se na luta contra as invasões francesas e nas guerras liberais tendo em 1833, sido nomeado por D. Pedro chefe do Estado-maior do Exército. Também se revelou como político tendo sido chefe de governo em 1835, 1846-47, 1851 e 1870.
Mais tarde, por deliberação camarária de 21 de Agosto de 1902, foi também homenageado com a Praça do Duque de Saldanha.

Rua Marechal Saldanha com a Rua do Almada |post. 1948|
Antiga da Cruz de Pau e Largo da Cruz de Pau
À dir. nota-se parte da fachada lateral do Palácio Valada-Azambuja na direcção da Calçada do Combro. 
Amadeu Ferrari, in Lisboa de Antigamente

Almada (Rua e Travessa do) — Há duas vias públicas desta denominação; uma no 3.º Bairro, freguesia de Santa Catarina [hoje Misericórdia]; outra no 2.º Bairro, freguesias de S. Julião, Conceição e Mártires [hoje Santa Maria Maior].
Quanto à origem do topónimo "Almada" as opiniões dos estudiosos dividem-se. Mestre Castilho refere que a Rua do Almada, ao Calhariz, comemora o nome do valente guerreiro, Álvaro Vaz d'Almada (Conde de Avranches), amigo dedicado e companheiro nas lides bélicas, do infante D. Pedro, duque de Coimbra, filho de el-rei D. João I, e mortos ambos cobardemente na batalha d'Alfarrobeira, próximo de Coimbra, em 20 de Maio de 1449. Os olisipógrafos Norberto de Araújo e Gomes de Brito refutam a opinião de Castilho e alegam que é Fernão Rodrigues de Almada que dá o seu apelido á rua e que foi senhor por estes sítios quinhentistas, ascendente dos Almadas-Carvalhais, provedores da Casa da Índia, que tiveram Palácio à Boa Vista  Conde-Barão).  
Como quere que seja — remata Gomes de Brito — no Arquivo da Câmara há prova de que em 1565 já esta rua se denominava «de Almada». Escolha o estimado leitor a que mais fundo lhe calhar.

Rua do Almada com a Rua Marechal Saldanha |c. 1900|
Antiga da Cruz de Pau e Largo da Cruz de Pau
Como quer que seja — remata Gomes de Brito — no Arquivo da Câmara há prova
de que  em 1565 já esta rua se denominava «de Almada»
Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto, Peregrinações em Lisboa, vol. XIII, p. 69, 1939.
BRITO, Gomes de) Ruas de Lisboa. Notas para a história das vias públicas, 1935.
CASTILHO, Júlio de, Lisboa Antiga, 1885.

Friday, 10 May 2024

Rua da Penha de França com a Rua Heliodoro Salgado

Penha de França (Estrada da) — Em sessão de 23 de Março de 1874, propôs o vereador Dr. Joaquim José Alves que a Câmara representasse ao governador civil do distrito, para a Estrada da Penha de França passar a de- nominar-se: Rua Direita da Penha de França. A Câmara aprovou.
(BRITO, Gomes de) Ruas de Lisboa. Notas para a história das vias públicas, 1935)

A Rua da Penha de França (1916) — recorda-nos Norberto de Araújo — antiga Estrada, mantém ainda a linha levemente sinuosa do século XVII; sua rectificação, aqui e ali iniciada, não se fará demorar. [Araújo: 1939]

Rua da Penha de França |1951|
Junto a Rua Heliodoro Salgado (esq.) e a Praça António Sardinha
Antiga Estrada da Penha de França. A origem do topónimo advém da imagem de N. S. da Penha de França (uma invocação
de um santuário de Salamanca) criada por António Simões (c. 1600)

Garcia Nunes, in Lisboa de Antigamente

A Rua Heliodoro Salgado foi atribuída por deliberação camarária de 21 de Outubro de 1909, com a legenda «Escritor e Jornalista/1864–1908», na artéria designada até então por Calçada do Monte Agudo, artéria nascida da rectificação de um caminho aberto entre o Forno do Tijolo e o Monte Agudo para serventia das quintas da zona.

Heliodoro Salgado (1861–1906) começou a sua carreira profissional como professor primário para rapidamente a trocar pela de jornalista, colaborando em vários títulos. Começou por escrever no jornal socialista portuense O Protesto e também n’ O Operário, já que nessa altura estava inscrito no Partido dos Operários Socialistas.

Rua da Penha de França |1953-06|
Junto a Rua Heliodoro Salgado (esq.)
Antiga Estr. da Penha de França. A origem do topónimo advém da imagem de N. S. da Penha de França (uma invocação de um santuário de Salamanca) criada por António Simões (c. 1600)
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Sunday, 5 May 2024

Rua Bartolomeu Dias, 80, esquina com a Rua Dom Lourenço de Almeida

A antiga Rua Direita do Bom Sucesso passou a Rua do Bom Sucesso por Edital municipal de 8 de Junho de 1889 e mais tarde, pelo Edital de 7 de Agosto de 1911 ganhou a denominação de Rua Bartolomeu Dias, situada entre Praça do Império e o Largo da Princesa. A legenda «Navegador/Século XV» foi colocada cerca de 46 anos depois, em 1957, por proposta da Comissão Municipal de Toponímia. 
Entre 1925 e 1968 funcionou nesta artéria o Cinema Belém-Jardim.

Bartolomeu Dias (c. 1450–1500) foi um importante navegador português do século XV. Foi o primeiro navegador europeu a dobrar o Cabo da Boa Esperança (extremo sul da África), navegando a partir do Oceano Atlântico. Seu feito foi de extrema importância no contexto das Grandes Navegações e Descobrimento Marítimos dos séculos XV e XVI.

Rua Bartolomeu Dia esquina com a Travessa dos Peões |1949|
Os prédios do nascente foram demolidos nas décadas de 1960/70 [vd. 2ª imagem].
Antiga do Bom Sucesso, antes Direita do Bom Sucesso com a Rua Dom Lourenço de Almeida antiga Travessa dos Peões.
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Bartolomeu Dias foi escolhido pelo rei João II de Portugal para liderar uma expedição que buscava encontrar uma rota marítima para a Índia.
Comandou a esquadra que, em busca de um novo caminho para as Índias, atingiu o Oceano Índico. Após navegar pelas margens da costa africana, Bartolomeu Dias passou pelo Cabo da Boa Esperança em 1487. Após esta descoberta significativa, Dias retornou a Portugal em Dezembro deste mesmo ano.
Bartolomeu Dias continuou a servir na marinha portuguesa após sua viagem histórica. Foi designado para várias outras missões, incluindo a preparação da frota de Vasco da Gama.
Participou da esquadra de Pedro Álvares Cabral que chegou ao Brasil em 1500.
Foi também Escudeiro Fidalgo da Casa Real e Administrador do Armazém da Guiné.
Bartolomeu Dias morreu em 29 de Maio de 1500, no litoral sul de África (região do cabo da Boa Esperança). [Ramos :1994]

Rua Bartolomeu Dias, 80, esquina com a Rua Dom Lourenço de Almeida |1968|
Antiga do Bom Sucesso, antes Direita do Bom Sucesso com a Rua Dom Lourenço de Almeida (1948) antiga Travessa dos Peões
Dom Lourenço de Almeida, filho do primeiro vice-rei da Índia, D. Francisco de Almeida. Em 1505 partiu para o Oriente na armada de seu pai. Notabilizou-se em acções militares, tendo morrido em batalha no ano de 1508.
Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente

Friday, 3 May 2024

Travessa da Portuguesa

As artérias que cortam a Bica, transversalmente — recorda o ilustre Norberto de Araújo — , são esta Travessa da Portuguesa, a do Cabral, a da Laranjeira e a do Sequeiro, todas com a mesma perspectiva e balanço de nível, descendo por escadinhas das Chagas, encontrando o vale — onde corre o ascensor — e voltando a subir, sempre por escadinhas, à Rua do Marechal Saldanha.==
(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, p. 68, 1939)

Travessa da Portuguesa |1946|
Escadinhas que ligam à Rua do Marechal Saldanha e a Santa Catarina
Martinez Pozal, in Lisboa de Antigamente

Na Travessa da Portuguesa, à Bica, houve arraial e baile, achando-se a rua embandeirada e a casa no 14, onde era o recinto da festa, guarnecida a verdura e iluminada. A comissão promotora da festa veio cumprimentar-nos, o que agradecemos (SEC, 13-6-1901). Como se pode ler, o referente desta travessa é a Bica, mas também é Santa Catarina
Ontem à noite, a Travessa da Portugueza, a Santa Catarina, estava iluminada com balões vendo-se ao centro uma coroa de flores e diversas bandeiras. Algumas raparigas moradoras na mesma rua, improvisaram um baile, dançando e cantando até bastante tarde. [Cordeiro: 2019]

 

Travessa da Portuguesa S→N junto ao nº 24 |c. 1940|
Cruzamento com a  R. da Bica de Duarte Belo.
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente
Nota(s): mais uma imagem erradamente catalogada no abandalhado aml como
«Rua da Bica de Duarte Belo»

Sobre este topónimo pouco se sabe. Na obra «Lisboa na 2ª metade do Século XVIII (plantas e descrições das suas freguesias)» vem mencionada a Rua dos Portuguezes situada neste mesmo local. O que provavelmente aconteceu foi uma alteração de designação para travessa e uma corrupção linguística de Portuguezes para Portuguesa.

Travessa da Portuguesa |1946|
Escadinhas que ligam à Rua das Chagas
Martinez Pozal, in Lisboa de Antigamente


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