Este Chafariz n.º 8 — de arquitectura peculiar — recebia água directamente do Aqueduto das Águas Livres, tinha 3 bicas e pela retaguarda um grande tanque de lavar roupa que foi demolido em 1836. Ao presente [1851] faz frente ao Norte, mas já está determinado mudar as bicas para correrem da parte do Sul. Os sobejos vão para o tanque de Lavadeiras da Rua Nova do Caes do Tojo. Em 1851 tinha 2 Companhias de Aguadeiros, 2 Cabos e Capatazes, 66 Aguadeiros e 1 Ligeiro.
Terá sido demolido no último quartel do século XIX porquanto já não aparece referenciado nas plantas topográficas da cidade a partir de 1876-79.1
Chafariz Cais do Tojo (ou da Boa-Vista) [1858] Travessa do Cais do Tojo (Tv. que entesta na Calçada do Marquês de Abrantes/Largo do Conde Barão) Amédée de Lemaire-Ternante, in Lisboa de Antigamente Nota(s): Imagem não identificada no arquivo(cpf) |
Os topónimos Rua do Cais do Tojo e Travessa do Cais do Tojo foram atribuídos pela Câmara Municipal de Lisboa através de edital de 8 de Junho de 1889, o qual contemplou perto de sessenta arruamentos a que foram alterados os topónimos “com vista à sua simplificação e também à sua diferenciação de outros idênticos existentes em outras partes da cidade”. Estes arruamentos eram a antiga Rua Nova do Cais do Tojo e a Travessa Nova do Cais do Tojo.
Existe no Arquivo Municipal Histórico documentação datada de 1778 relacionada com a cobrança do “donativo” pela Mesa do Cais do Tojo da Boavista. O “donativo” era um imposto municipal sobre os rendimentos, criado por resolução régia de 21 de Março de 1766 e que começou a ser cobrado pelo edital municipal de 2 de Novembro de 1769.
Largo do Conde Barão com a Travessa do Cais do Tojo [1893] Recanto onde se encontrava o Chafariz do Cais do Tojo (ou da Boa-Vista Severino de Avellar, in Lisboa de Antigamente |
Os cais sempre fizeram parte da paisagem ribeirinha de Lisboa. Os topónimos dos mais antigos estão geralmente associados aos produtos que aí aportavam, caso do Cais do Tojo ou do Cais do Carvão, que já aparece mencionado no Sumário de Lisboa de 1551.
O tojo, planta arbustiva da família das leguminosas, era usado como cama para o gado, estrume ou combustível.
Em 1821, o posto da 4.ª Companhia de Infantaria da Guarda Real da Polícia, situado no Cais do Tojo, sofreu um grande incêndio. Também no local existiu em tempos o chafariz que aqui observamos, muito frequentado por aguadeiros e populares. [2]
Bibliografia
1 ANDRADE, Velloso, Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo, 1851.
Chafariz do Cais do Tojo [ant. 1836] (Ainda com a presença do tanque de lavar roupa que foi demolido em 1836) Desenho de Luís Gonzaga Pereira (1796-1868), in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
1 ANDRADE, Velloso, Memoria sobre chafarizes, bicas, fontes, e poços públicos de Lisboa, Belem e muitos logares do termo, 1851.
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