A Avenida tinha os seus coretos onde aos domingos tocavam as bandas, a Rotunda tinha os tapumes de metro e meio para a futura estátua do Marquês e o Parque de Eduardo VII era um terreiro escalvado que servia para tudo, como os campos da feira das terras da província. Havia revoluções, o primeiro golpe estratégico era conseguir ocupar a Rotunda. Abriam-se trincheiras, colocavam-se peças e começavam a bombardear da Rotunda. Nos intervalos das escaramuças políticas, o alfacinha pegava no farnel e no garrafão e ia arejar para a Rotunda.
Lago do Parque Eduardo VII |1931| Ao fundo destaca-se o monumento ao Marquês de Pombal em construção. Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Aparecia uma companhia de circo com montanha russa e fantoches, acampava na Rotunda. (...). Quando o futebol ensaiou os primeiros passos, ainda não se adivinhava o futuro do empolgante e glorioso desporto, o campo de futebol instalou-se na Rotunda. Como se isto não chegasse, a Câmara resolveu um dia favorecer a cidade com um lago [1929] com barquinhos..
Lago do Parque Eduardo VII |1931| Ao fundo destaca-se o monumento ao Marquês de Pombal em construção. Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Na Rotunda caía Lisboa em peso. Comia-se um petisco e dava-se um passeio nas águas mansas já que a ida até Cacilhas era um prazer muito experimentado.
(AMARO, José, Cartas de um moinho saloio, p. 161, 1974)
Lago do Parque Eduardo VII |c. 1940| Ao fundo destaca-se o monumento ao Marquês de Pombal inaugurado em 1934. Álvaro Torres (postal fotográfico), in Lisboa de Antigamente |