Friday, 20 April 2018

Quiosque dos Libertários

As primeiras dessas popularíssimas quitandas, que são de origem oriental, e se destinam normalmente à venda de tabacos, refrescos, jornais, revistas e lotarias, foi em Janeiro de 1869 que tiveram a aprovação do Município, a instâncias de Tomás de Melo, uma curiosa figura da Lisboa de ontem, associado com Porto Miguéis.  

 
De entre todos os Kioskes alfacinhas, teve um sombrio destaque o que se situou em freme à Calçada do Carmo, ponto preferido para a reunião de anarquistas e outros políticos avançados, em combinações revolucionárias.¹

Quiosque dos Libertários [entre 1908 e 1914]
Praça D. Pedro IV (vulgo Rossio)
Charles Chusseau-Flaviens, in Lisboa de Antigamente

Segundo parece, foi o primeiro Quiosque a aparecer em Lisboa. Chamavam-lhe o «Elegante». O povo conhecia-o com o nome de «A Bóia». Era um ponto de encontro e reunião de progressistas, cujo movimento sindicalista se radicalizava, e por isso mesmo era também conhecido por «Quiosque dos Libertários»
O povo incendiou-o em 1913, aquando de um cortejo em honra de Camões integrado nas «Festas da Cidade», após o rebentamento de uma bomba lançada da ponte do Elevador do Carmo sobre a turba incorporada no cortejo. O atentado, imputado aos anarquistas, serviu de pretexto para a detenção de militantes sindicalistas e para o encerramento da Casa Sindical.²
 
Incendio do quiosque dos Libertários [1913-06-10]
Praça D. Pedro IV (vulgo Rossio)
António Novais, in Lisboa de Antigamente
 
Foi reconstruido e explorado por novo dono, João Dionísio da Silva Gama, que foi sócio da firma Gama & Silva, estabelecida como tabacaria na Praça de D. Pedro, n.° 36, que ficava quase em frente do quiosque, na antiga escada do prédio que foi adquirido pela sociedade do Café Chave de Ouro¹

Estrutura 
Base de alvenaria. Secção hexagonal. Corpo de madeira, com janelas para todos os lados, envidraçadas. Cúpula hexagonal muito baixa. Toldo de lona.
 
Particularidades 
Particular.

Quiosque dos Libertários [entre 1908 e 1911]
Praça D. Pedro IV (vulgo Rossio)
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
¹ Revista municipal Lisboa, 1959.
² CAEIRO, Baltazar Mexia de Matos, Os quiosques de Lisboa, p. 51, 1987.

4 comments:

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