Thursday, 3 November 2016

E Tudo o Terramoto Levou: a Real Ópera do Tejo ou Casa da Ópera

Ora em 1755 aqui, onde se ergue o edifício da Câmara Municipal, existia o pátio esplendoroso da Capela Real (…). Da porta do Arsenal, para poente (Rua do Arsenal fora, então Rua do Arco dos Cobertos) ficava a Casa da Ópera, construída dois anos antes do Terramoto; defronte do Pátio citado da Capela, do lado sul, isto é, na Rua hoje do Arsenal, entre a face do edifício onde estão repartições dos Correios, e a face lateral da Câmara, rasgava-se um não grande Largo do Relógio ou das Tendas da Capela.1

 

O palco da Ópera do Tejo no dia da sua inauguração, 31 de Março de 1755.
A ópera era Alessandro nell'Indie, de Perez.

Obra de Giovanni Carlo Sicinio Gali Bibiena, membro de uma prestigiada família de arquitectos e cenógrafos teatrais, a Real Ópera do Tejo, segundo os escassos testemunhos, seria um sumptuoso edifício com decorações a branco e dourado. Teria uma lotação de 600 lugares.
Na Primavera de 1755, pelo aniversário da Rainha Dona Mariana Vitória, é inaugurado o Teatro Real da Ópera, ou Ópera do Tejo, por iniciativa régia. A estreia recaíria em libretos de Pietro Mestatasio, musicadas por David Perez: Alexandro nell`Indie.
Numa sequência da ópera Alexandre na Índia apresentar-se-iam em cena, simultaneamente, 25 cavalos, demonstrando a capacidade do palco. A monumentalidade dos cenários foi complementada por ricos efeitos espectaculares, a cargo do maquinista Petronio Mazzoni. O elenco contou com duas das maiores estrelas internacionais da época, os castrati Anton Raaff, no papel principal, Alessandro, e Caffarelli no papel do antagonista, Poro.
O terramoto de 1 de Novembro de 1755, destruiria, por completo, aquele que era considerado um dos mais grandiosos teatros europeus. 

As ruínas da Ópera do Tejo após o Terramoto de 1755, por Jacques Philippe Le Bas (1757)

Embora não se conheça um registo exaustivo de todas as récitas (nem todas são mencionadas na Gazeta de Lisboa, pelo que não se sabe ao certo quantas de cada ópera foram apresentadas), sabe-se que tinham lugar às Segundas e Quintas-feiras.2
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Bibliografia
1 ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, p. 12, 1939.
2 FARIA, Miguel Figueira de; A Ópera do Tejo e a sua ligação ao Paço Real: possíveis vestígios arquitectónicos, p. 93-99.

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