A origem do nome do sítio é projecção toponímica do Alto da Boa Vista, ou seja, ou Alto do Belver ou Belveder actual Alto de Santa Catarina. Não quero deixar de observar-te — recorda o ilustre Norberto de Araújo — que as edificações desta artéria da Boa Vista, do lado Sul, não levam cem anos (c. 1840). O edifício da Companhia do Gás sucedeu ao antigo Quartel da Brigada Real de Marinha. Foi aqui a primeira Fábrica do Gás, cujo privilégio concedido a Claudio Adriano da Costa e ao francês José Detry, datava de 3 de Maio de 1846.
De facto, foi junto ao rio, meio de transporte privilegiado, que a «Companhia Lisbonense de Iluminação a Gaz» instalou, em 1846, a sua primeira fábrica de Gás; e, dois anos depois, em 1848, já Lisboa inaugurava a iluminação a gás, com 28 candeeiros, nas ruas da Baixa (Rua dos Capelistas, Rua do Ouro e Rua da Prata), no Chiado, na Rua do Alecrim, no Cais do Sodré, em S. Paulo e na Boavista.
![]() |
Rua da Boavista |1940| Companhias Reunidas de Gás e Electricidade: fachadas Norte e Oeste. Kurl Pinto, in Lisboa de Antigamente |
Em 1914 deu-se na fábrica a formidável explosão que originou dezanove mortes, e o fabrico do gás passou então, inteiramente, para o Bom Sucesso — vizinhança da Torre de Belém — , onde ase manteve até 1949.
![]() |
Rua da Boavista |1914| Topónimo anterior ao terramoto de 1755, como vem mencionado nas Memórias Paroquiais. Incêndio no edifício da Companhia de Gás. Anselmo Franco, in Lisboa de Antigamente |