O Alto de Santa Catarina — recorda o ilustre Norberto de Araújo — , designação que foi simultânea com a de Belver, mas resistiu, deve a designação à circunstância de neste sítio – exactamente onde está esse Palacete n.º 2, [Palacete Alfredo da Silva, hoje na posse da Associação Nacional das Farmácias] com pátio guarnecido de gradeamento – ter existido a Igreja paroquial de Santa Catarina do Monte Sinai. No alto deste cabeço, havia, como atrás disse, desde o século XV uma enorme Cruz de madeira, que servia de guia aos mareantes.
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Rua de Santa Catarina [entre 1898 e 1908] Encimando a rua, no Alto de Santa Catarina, nota-se o Palácio do Conde de Verride. Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente
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Santa Catarina, como as Chagas, e como aliás toda a encosta e orla marginal, viveu e cresceu, fez nome e ressoou, sob o influxo do Tejo. Falei-te, Dilecto, da Igreja de Santa Catarina; já cá não está há cem anos, e sabe-se dela o lugar, que já referi. Limito-me pois a uma nota retrospectiva.
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Antiga Igreja de Santa Catarina do Monte Sinai no séc. XIX Desenho, in Lisboa de Antigamente
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A Igreja de Santa Catarina do Monte Sinai fora edificada em 1557 pela Rainha D. Catarina, mulher de D. João III, e por ela doada à Irmandade dos Livreiros, da qual era Juiz um fidalgo, do Conselho de El-Rei, Simão Guedes, que, com um frade Jerónimo, Miguel de Valença, foram os animadores da obra no espírito da Rainha. Em 1559 Santa Catarina, pequena mas de desafogadas vistas, era paroquial. O Terramoto deixou mal ferida a Igreja, que foi reedificada em fins de 1757. Em 1835 ardeu completamente; os seus restos continuaram na posse da Irmandade dos Livreiros, e foram removidos entre 1856 e 1862.
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Rua de Santa Catarina [entre 1898 e 1908] Junto à Calçada de Salvador Correia de Sá. Machado & Souza, in Lisboa de Antigamente
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Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIII, pp. 71-72, 1939.