A Rua Primeiro de Dezembro — que já se chamou Rua do Príncipe — foi, desde o final do século XVIII, morada de muitos cafés. Entre os mais famosos e recentes — diz Marina T. Dias — , do lado ocidental, estavam o pequeno Café Alvarez, o Grande Café Nacional e o seu "rival" Grande Café d'itália.
Por volta de 1925 eram os dois últimos centros políticos muito animados, reunindo tertúlias também rivais entre si e avessas a qualquer contacto com o território do inimigo. No Nacional pontilhavam os jesuíticos "bonzos", partidários de António Maria da Silva. No Itália reuniam os "canhotos" (alusão à extrema-esquerda), adeptos de José Domingues dos Santos. O terreno neutro era, no final da rua e logo a seguir ao Restaurante Leão d'Ouro, o Café Leão "Triste", mais tarde rebaptizado Restauração. Após décadas de mudanças, podemos ver o supermercado Celeiro no antigo Grande Café d'Itália, a sua secção de produtos dietéticos no velho Nacional e uma perfumaria, desde 1991, no local onde esteve o Alvarez (inicialmente conhecido por Ortiz e famoso no jogo de bilhar por apostas).
Grande Café d'itália |1931| Gaveto da Calçada do Carmo com a Rua Primeiro de Dezembro Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Quanto ao Leão que o público chamava "Triste", alberga agora a herança e o nome do contíguo Restaurante Leão d'Ouro, desde que, em 1998, este se transformou em churrasqueira. Pela banda leste da rua tiveram entrada todos os cafés cujas portas principais davam para o Rossio: Chave d'Ouro, Brasileira do Rossio, Portugal e Gelo. Existiu ainda, no gaveto entre os dois quarteirões, o primeiro de dois cafés lisboetas com o nome Aviz.
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Bibliografia
DIAS, Marina Tavares, Os Cafés de Lisboa, p. 106, 1999.
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