Friday 4 May 2018

Brazileira do Rossio

Esta Brasileira, n.°' 51 a 53, foi fundada em 1911; antes existira aqui uma chapelaria, que datava de 1820. A Brasileira, cujas tradições são apenas aquelas ligadas à agitação política dos últimos trinta anos, foi restaurada em 1938 pelo arquitecto José Simões. O estabelecimento possue salas de bilhar no primeiro e segundo andar do prédio, com porta de entrada pelo n.° 43[?] [n.º 78 da Rua Primeiro de Dezembro].


Brasileira do Rossio [post. 1911]
Praça de D. Pedro IV, 51 a 53 
A fachada e interiores deste café, com inspiração «art-nouveau», eram um bom exemplo 
lisboeta da arquitectura do ferro e vidro
Fotografia anónima, in Lisboa de Antigamente

Ainda em 1911 — depois dos tumultos da noite de 26 de Novembro — a montra da Brasileira do Rossio foi atingida por tiros aquando da expulsão de duas curandeiras chinesas, Ajus e Joé, as «Chinezas Milagrosas», dizia-se, praticavam milagres que consistiam em extrair "uns bichos dos olhos"

Brazileira do Rossio [1911]
Praça de D. Pedro IV, 51 a 53 
A montra do café a Brasileira do Rossio depois dos tumultos da noite de 26 de Novembro, 
aquando da expulsão das «chinesas milagrosas».
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

A «Brasileira do Rossio» passaria por várias reparações mantendo-se contudo, o seu aspecto de 1900 da fachada e do salão principal. Em 1938 teve intervenção significativa, com a criação de uma sala de bilhares com entrada pela Rua Primeiro De Dezembro, 78 (antiga do Príncipe), sendo o projecto do Arquitecto José Simões. «A Brasileira do Rossio» (na altura propriedade da firma Cafés Reunidos), encerraria em 1960. Reabertura temporária, com o tecto original alterado, durante alguns meses de 1966.

Brasileira do Rossio [1944]
Praça de D. Pedro IV, 51 a 53
Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, p. 71. 1939.

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