Estava um dia de calor e Alípio, apenas avistou na porta o ventre enorme do desembargador, precipitou-se para lhe tirar o chapéu das mãos, perguntar-lhe pelas senhoras e oferecer-lhe um copo de orchata, bebida que o dr. Vaz Correia tinha na saleta de dentro nos meses de Verão. — Quer V. Ex.ª um copo de orchata?". E o desembargador:
— Pois venha de lá a orchata. Vai de refresco.==
(in Eça de Queirós, O Conde de Abranhos)
O mais antigo quiosque da Praça Luís de Camões |1908| Lisboa com «35º à sombra», segundo a crónica da Ilustração Portuguesa, N.º 129, 10 Agosto. Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
A «orchata», era um dos mais populares
refrescos lisboetas no séc XIX, apreciado por Eça de Queiroz, para
acompanhar um «Bife a Marrare». É um refresco rico e cremoso, de gosto
particular e requintado, feito à base de amêndoas e açúcar, dissolve-se
em água, acrescenta-se gelo e... «Vai de refresco!»
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