É, com efeito, de certo modo pitoresco — recorda-nos Norberto de Araújo —, até nas designações, este conjunto de ruelas: Rua do Silva, Rua do Merca-tudo, Travessa
dos Pescadores, a denotarem antiguidade em semblante que - oculto
entre artérias principais - resiste ao progresso urbano.
Eis-nos no Largo do Conde Barão. Este dístico provém do Conde-Barão de Alvito cujo Palácio aqui existiu [vd. 2ª foto] — e existe ainda, transformado —, no prédio, esquina da Rua dos Mastros, e que se prolonga para o nascente [...] ¹
Largo do Conde Barão esquina com a Rua do Merca-tudo [Início sec. XX] Ardina — "Olhá a Capital, Lisboa ó Pópular!?" Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Segundo Pastor de Macedo, em "Lisboa de Lés-a-Lés" “Esta rua [do Merca-tudo] — diz Mestre Castilho — tirava origem de um opulento mercador do século XVI, Afonso Alves, que, por entrar em mil negócios rendosos, e comprar a torto e a direito, mereceu a alcunha de Merca-tudo, que se lhe tornou, creio, apelido. Esse homem instituiu capela no próximo convento da Esperança; e por ele ter casado nobremente a sua herdeira, com um Andrade, da antiga Casa da Torre da Sanha, veio a ser administrador da dita capela (assim como de outros vínculos), o falecido estadista, lente diplomata e muito talentoso e erudito escritor, João de Andrade Corvo.”
Largo do Conde Barão e Rua da Boavista [c. 1900] À esq. vê-se Palácio dos Condes-Barões do Alvito na esquina com a Rua dos Mastros, nele viveu em 1802, o general Launes, embaixador do rei de França. Luís XVI. Garcia Nunes, in Lisboa de Antigamente |
N.B. Ao fundo, na 1ª foto, afixados na parede, podem ver-se anúncios do "Real Coliseu de Lisboa" e do, ao que parece, "Teatro do Princípe Real" que levava à cena a aplaudida opereta buffa "O Brasileiro Pancrácio: peça em 3 actos, de costumes populares" com libreto original de Sá de Albergaria e música de Freitas Gazul. No caso do local da peça ser o "Teatro do Príncipe Real", então a foto poderá ser anterior a 1911 visto que, depois de 1910, o regime Republicano rebaptizou-o de "Teatro Apolo".
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Bibliografia
¹ ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIII, p. 80-84, 1939.
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ReplyDeleteGostaria de confirmar se nalgum destes edifícios funcionou a Escola Académica, fins dos anos 40, início de 50.
ReplyDeleteMuito pertinente essa observação, Sr Guerra. Estava exactamente a comparar este palácio à Escola Acadêmica que conheci até aos anos 60, e parece-me que coincidem...
ReplyDeleteÉ mesmo verdade nesse edificio existiu a escola academica eu nasci na rua do Merca-Tudo no Nº 14 - 2º andar em 28 de Setembro de 1936 prédio que ainda existe já lá vão quase 85 anos bem haja quem consiguio estas fotos obrigado
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