O Monumento da Guerra Peninsular — um dos mais interessantes e emotivos de todo o país, a despeito do seu peso escultórico — assenta admiravelmente neste começo do Parque do Campo Grande ao centro da Praça Mouzinho de Albuquerque [hoje de Entrecampos]. É uma obra de arte capaz de ser entendida por toda a gente. O povo — quer-lhe bem.
A subscrição pública iniciou-se logo nesse ano, sendo a primeira pedra colocada em 15 de Setembro O concurso foi ganho pelos artistas J. de Oliveira Ferreira, estatuário, e F. de Oliveira Ferreira, arquitecto, que deram por concluído o seu magnifico trabalho em 29 de Novembro de 1932. O monumento, alguns meses coberto por umas sarapilheiras, foi descerrado naturalmente — e com gáudio geral — numa noite de temerosa tempestade.
A inauguração oficial realizou-se em 8 de Janeiro de 1933, com a presença do Chefe do Estado, general Carmona, do Presidente do Conselho, Dr. Oliveira Salazar, do general Teixeira Botelho, presidente da Comissão. e seu animador, e do presidente da Câmara Municipal, general Daniel de Sousa, que recebeu o monumento em nome da Cidade.
Esteve também presente o Embaixador da Inglaterra, Claude Russel, neto de Lord Russel que foi companheiro de Wellington na última fase da Guerra Peninsular.
Demos volta ao Monumento, que bem a merece.
Na face principal do pedestal [S.] temos a legenda, expressão do pensamento nacional reconhecido: «Ao Povo e aos Heróis da Guerra Peninsular», e esta outra inscrição: «Levantamento popular pela Independência — Junho 1808».
O fulcro do Monumento é o seu grupo escultórico, ao alto, trabalhado em bronze, e no qual nove figuras, rodeiam a Pátria, que alça o duro gládio de Afonso Henriques, arrebatada que foi a bandeira às garras da águia napoleónica, que coroa o grupo e o monumento; os soldados e o povo da arraia miúda irmanam-se na mesma febre salvadora.
O pedestal está todo ele guarnecido, nas quatro faces e ângulos, de grupos escultóricos, talhados em pedra. Num lado, o da frente [S.], aí temos três vigorosas figuras populares, em magníficas expressões: logo outro grupo, com seis figuras, onde se vê o general Silveira, que arrasta uma peça de artilharia; ainda, no outro ângulo, com um demasiado realismo, algumas figuras de crianças e de mulheres trucidadas, ou mortas de fome. Todas estas imagens, talhadas com vigor, no qual a tragédia e a glória de vencer se dão mãos— aformoseiam o monumento, no qual estão inscritos versos dos «Lusíadas» e se admira uma evocação, materializada numa alegoria, às glórias e relíquias do passado. ¹
Bibliografia
Esteve também presente o Embaixador da Inglaterra, Claude Russel, neto de Lord Russel que foi companheiro de Wellington na última fase da Guerra Peninsular.
Demos volta ao Monumento, que bem a merece.
Na face principal do pedestal [S.] temos a legenda, expressão do pensamento nacional reconhecido: «Ao Povo e aos Heróis da Guerra Peninsular», e esta outra inscrição: «Levantamento popular pela Independência — Junho 1808».
O fulcro do Monumento é o seu grupo escultórico, ao alto, trabalhado em bronze, e no qual nove figuras, rodeiam a Pátria, que alça o duro gládio de Afonso Henriques, arrebatada que foi a bandeira às garras da águia napoleónica, que coroa o grupo e o monumento; os soldados e o povo da arraia miúda irmanam-se na mesma febre salvadora.
O pedestal está todo ele guarnecido, nas quatro faces e ângulos, de grupos escultóricos, talhados em pedra. Num lado, o da frente [S.], aí temos três vigorosas figuras populares, em magníficas expressões: logo outro grupo, com seis figuras, onde se vê o general Silveira, que arrasta uma peça de artilharia; ainda, no outro ângulo, com um demasiado realismo, algumas figuras de crianças e de mulheres trucidadas, ou mortas de fome. Todas estas imagens, talhadas com vigor, no qual a tragédia e a glória de vencer se dão mãos— aformoseiam o monumento, no qual estão inscritos versos dos «Lusíadas» e se admira uma evocação, materializada numa alegoria, às glórias e relíquias do passado. ¹
Bibliografia
¹ ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XIV, p. 64-65, 1939.
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