Mestre Júlio de Castilho atribui a origem deste topónimo a duas figuras diferentes: uma delas terá sido, segundo o autor de A ribeira de Lisboa, um tal Afonso Alves – de quem já aqui falámos. A outra será um João Fernandes a quem ele aqui se refere no fim deste texto na obra Lisboa Antiga: «Outras alcunhas deixam de ser épicas, e limitam-se apenas a ser gaiatas. Que o demonstrem: Diogo Lopes de Sousa, que pelo seu génio inquieto ficou o traquinas; Jorge de Sousa, no seculo xvi, a quem as damas do paço puseram o diabo, pelas muitas travessuras que lá fazia em pequeno; ou D. Gonçalo Annes Tello, a quem talvez as suas finuras deram o cognomento de o raposo; ou João Gomes, o cheira-dinheiro; ou João Fernandes, o Merca-tudo, que pela sua maravilhosa ganância, e pela sua astúcia em alborcar, conseguiu deixar nome a certa rua á Esperança, e entroncar-se em famílias ilustres».
(CASTILHO, Júlio de, Lisboa Antiga, 1885)
Rua do Merca-tudo, venda ambulante |1950| Tv. dos Pescadores (dir.); ao fundo nota-se a Av. D. Carlos I Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
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