Friday, 1 December 2017

Praça do Marquês de Pombal, 5 (Ventura Terra)

Estamos na Praça Marquês de Pombal, vulgarmente denominada «Rotunda», que constitue o eixo de irradiação de avenidas e grandes artérias, projectadas já em 1882, mas cuja execução muito se fêz demorar. [Araújo: 1939]


Datado de 1901 é o prédio, na altura considerado casa de aluguer, correspondente ao n.º 5 da Praça do Marquês de Pombal, e que foi demolido em 1998, depois de um lento processo de degradação patrimonial (vd. Fernandes, J. M., Lisboa em Obra(s), Lisboa, 1997, p. 98). O alto standard da construção fazia com que cada andar, com duas habitações, tivesse jardim de Inverno. Os inquilinos do rés-do-chão e do primeiro andar teriam além do mais jardim ao ar livre. A fachada, por seu turno, era revestida de mármore e azulejos numa elegante simetria servida pela estilização dos elementos arquitectónicos e frontão coroante. 

Praça do Marquês de Pombal, 5 [1970]
Ao centro, prédio do risco do arq.º Ventura Terra; Hotel Fénix (dir.)
Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente

O seu autor foi Ventura Terra (1866-1919) que um ano antes ganhou o concurso para o pavilhão de Exposição Universal de Paris de 1900 (França, J. A. A Arte em Portugal do séc. IX, vol. II, 1966, p. 143). Tornou-se um arquitecto muito solicitado e respondeu às encomendas mais diversas, com grande versatilidade, responsabilidade profissional e competência, que o seu treino parisiense de cinco anos junto de Victor Laloux ajudou a definir com esmero.

Enquadramento do prédio n.º 5 na Praça do Marquês de Pombal [1934]
(clicar para ampliar)
Pinheiro Corrêa, in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
TEIXEIRA, José de Monterroso, Rotunda do Marquês:«a cidade em si não cabia já» ou a monumentalidade (im)possível)

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