Friday, 3 February 2023

Largo Conde-Barão, 9-12

Conde Barão (Largo do) - Na Corografia de Carvalho da Costa, II, 143, lê-se: «Christóvão de Almada, que he provedor da Casa da India, senhor das villas de Ílhavo, Ferreiros e Avelans de Cima com muitos lugares, comendador na ordem de Christo, foi gentilhomem da camera do principe D. Pedro, veador da Rainha, coronel do Terço da nobreza desta côrte, governador e capitão general de Mazagão; casou a primeira vez com Dona Luiza d'Eça, sua prima co-irmã , herdeira de sua casa, filha de D. João d'Eça e de D. Brites de Alencastre, irmã segunda da dita sua mãy D. Magdalena de Alencastre, de que teve muitos filhos que todos morrerão. Casou segunda vez com Dona Felippa de Mello, filha de Dom Luis de Almada, senhor do Pombalinho, & de sua mulher Dona Luiza de Menezes, de que teve a D. Ignes de Alencaftre, que foy Dama do Paço, & casou com Dom Vasco Lobo, Barão de Alvito & Conde de Oriola; & a Dona Maria Maria Antonia de Almada, que foy a herdeyra deita Casa, a qual casou com D. Bernardo de Noronha, filho segundo de Dom Thomás de Noronha, Conde dos Arcos , de que teve , entre outros filhos, a Francisco José de Almada».

Foi este Cristóvão de Almada, provável fundador do palácio, que, por pertencer a seu genro barão de Alvito e conde de Oriola, veio a chamar-se do conde-barão e dar o nome ao Largo. Ainda se não encontra o Largo no «Livro das Plantas», porém já nos aparece no «Itinerário Lisbonense» publicado em 1818. Ai se diz que ficava entre a Rua da Boa Vista e a Calçada do Marquês de Abrantes.
(BRITO, Gomes de) Ruas de Lisboa. Notas para a história das vias públicas, 1935)

Largo Conde-Barão, 9-12 |c. 1910|
Cena de rua defronte da loja de quinquilharia (hoje uma dep. bancária) e junto à paragem dos eléctricos, um vendedor ambulante de marisco atrai a pequenada com as suas irresistíveis delicias do mar. Mais atrás, os ardinas riem-se para a máquina fotográfica de Benoliel enquanto a senhora toda aperaltada de guarda-sol na mão faz de conta que nada se passa. Toda a cena se desenrola sob o olhar atento do peralvilho com chapéu de palha e farta bigodeira.
Nota(s): O arco, que se advinha parcialmente ali à esq. no n.º 8, ainda existe.
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

1 comment:

  1. Fernando Farinha3 February 2023 at 21:00

    Uma imagem ilustrativa da vida na época com as diferentes classes sociais.

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