Já agora observaremos neste pequeno Jardim das Necessidades, sobranceiro a Alcântara, o obelisco de mármore rosa,
encimado por uma cruz de bronze, sobre esfera de espinhos, e que se eleva dum chafariz gracioso, num conjunto que se ajusta ao local, tendo por fundo a fachada da Igreja. Data de 1747 — recorda Norberto de Araújo — e é também obra de mandado de D. João V; as magníficas carrancas de pedra completam a singela decoração do chafariz e de seu tanque, muito século XVIII.1
Chafariz das Necessidades [1928] Largo das Necessidades, Jardim Olavo Bilac Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Localizado no Largo das Necessidades no Jardim Olavo Bilac, fronteiro à Capela de Nossa Senhora das Necessidades, integra o conjunto do Palácio das Necessidades, classificado como Imóvel de Interesse Público. Este equipamento, datado de 1747, não foi construído com o objectivo de abastecer de água a população do local, mas sim, como resultado de um voto de D. João V, que em 1747 o consagrou à Virgem. A sua autoria tem sido atribuída a Caetano Tomás de Sousa, um dos mestres que acompanhou de forma continuada a construção do conjunto do Palácio das Necessidades.
Entre 1772 e 1791 foi objecto de transformações, possivelmente sob a orientação do arq.º Reinaldo Manuel dos Santos, que lhe conferiram a utilidade de fonte pública. O elemento central deste conjunto é um obelisco aquático, de mármore, assente num pedestal quadrangular e rematado por uma custódia de espinhos e uma cruz de bronze, evidenciando o sentido religioso da obra. Obelisco este, que se eleva do centro de um tanque quadrilobado, assente sobre três degraus, o qual recebe a água que jorra de quatro elementos escultóricos, de inspiração barroca, compostos por carrancas exteriores e por golfinhos em pedra lioz no verso, colocados por cada lóbulo do tanque, entre a borda deste e cada uma das faces do pedestal do obelisco. [cm-lisboa.pt]
Chafariz das Necessidades [1959] Largo das Necessidades, Jardim Olavo Bilac Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IX, p. 20, 1939.
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