Recorda-nos o olisipógrafo Norberto de Araújo nas suas Peregrinações que «A origem do dístico "Caldas" procede deste grande edifício, na nossa frente para nascente, cuja fachada deita para o largo entre o Chão do Loureiro e a Rua de S. Mamede, e que foi levantado no terceiro quartel do século do Terramoto por João e Luís Rodrigues Caldas, homens abastados do sítio. (...)
Por divagação, quero dizer-te, Dilecto, que este sitio teve outras designações. Antes de "Caldas" se chamou algum tempo "Praça da Bela Vista", e anteriormente, um pouco antes do Terramoto, "Largo do Conde de S. Vicente", titular que por meados do século XVIII aqui perto teve prédios e casa sua. O nome histórico do sítio, e mais recuado, foi, porém, o de "Terreirinho do Ximenes". É que no local, onde depois do Terramoto assentou o prédio Caldas, possuía no começo do século XVII, casas, chãos, e certamente moradia, uma opulenta família Ximenes, que de Castela, em 1476, tinha vindo para Portugal. Foi depois de 1755 que um Rodrigo Caetano Ximenes Pereira Coutinho Barriga e Veiga deu de aforamento ao citado João Rodrigues Caldas os terrenos onde este edificou seu palácio.
A designação "Largo do Caldas" data, pelo menos, de 1874 — e dura há século e meio. Não deve ter perdurado menos a denominação antiga de Terreirinho (ou Terreiro) do Ximenes.» 1
A designação "Largo do Caldas" data, pelo menos, de 1874 — e dura há século e meio. Não deve ter perdurado menos a denominação antiga de Terreirinho (ou Terreiro) do Ximenes.» 1
Palácio Caldas [c. 1940] Largo Adelino Amaro da Costa, 2-7 (antigo do Caldas; Rua de São Mamede; Rua do Chão do Loureiro, 8-18 Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Traduzindo uma arquitectura residencial, pombalina, este palácio urbano
pós-terramoto, foi edificado por iniciativa dos irmãos Rodrigues Caldas,
entre 1765 e 1775, no local onde anteriormente ao terramoto se erguera o
Palácio dos Ximenes. Apresenta planta em L irregular, articulada em
redor de pátio rectangular, com capela no seu extremo NE, edificada em
1766 sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, característica do
final do rococó. De concepção arquitectónica bastante simples e
despojada, o edifício surge estruturado em quatro pisos e três frentes,
com alçados animados pela abertura de vãos de tratamento simples, a
ritmo regular, articulados, ao nível do último piso, com varanda corrida
contígua a toda a frente do imóvel. No interior merece destaque o
conjunto azulejar de alguma diversidade.
Palácio Caldas [1968] Largo Adelino Amaro da Costa (antigo do Caldas);, 2-7; Rua de São Mamede; Rua do Chão do Loureiro, 8-18 Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente |
Em 22 de Dezembro de 1980, uma proposta dos vereadores da Aliança Democrática foi aprovada na Câmara, por maioria, no sentido de serem atribuídos os nomes de Adelino Amaro da Costa e o de Francisco Sá Carneiro a artérias de Lisboa. A Comissão de Toponímia em 13 de Janeiro de 1981 sugeriu para o efeito as duas alamedas interiores do Campo Grande.
E foi o então Vereador da Cultura, Dr. João Martins Vieira que designou o antigo Largo do Caldas, onde se encontra a sede do CDS/PP para se homenagear Adelino Amaro da Costa (Lisboa/18/04/1943- 04-12-1980/Camarate), licenciado em Engenharia Civil pela Universidade Técnica de Lisboa que com Freitas do Amaral foi um dos fundadores do C.D.S.- Centro Democrático Social.
Foi presidente do grupo parlamentar do CDS, Ministro de Defesa no Governo presidido por Sá Carneiro e faleceu vítima do desastre de aviação, quando ambos se deslocavam ao Porto para um comício de campanha eleitoral. 2
E foi o então Vereador da Cultura, Dr. João Martins Vieira que designou o antigo Largo do Caldas, onde se encontra a sede do CDS/PP para se homenagear Adelino Amaro da Costa (Lisboa/18/04/1943- 04-12-1980/Camarate), licenciado em Engenharia Civil pela Universidade Técnica de Lisboa que com Freitas do Amaral foi um dos fundadores do C.D.S.- Centro Democrático Social.
Foi presidente do grupo parlamentar do CDS, Ministro de Defesa no Governo presidido por Sá Carneiro e faleceu vítima do desastre de aviação, quando ambos se deslocavam ao Porto para um comício de campanha eleitoral. 2
____________________________________________
Bibliografia:
1 ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa,, vol. II, pp. 12-13, 1938.
2 cm-lisboa.pt.
Excellent post. I will be experiencing many of these issues as
ReplyDeletewell..