Rato foi e Rato é — diz Norberto de Araújo; só os dísticos municipais e os letreiros dos eléctricos dizem Praça do Brasil, titulo pomposo com o qual a República portuguesa nascente em 1910 quis consagrar a República irmã mais velha de Além Atlântico.
Irregular sob todos os pontos de vista, desnivelada a despeito da sua transformação em 1937-1938, a Praça do Brasil nem por isso deixa de oferecer um certo interesse paisagista. Terreiro natural, ou eirado, largo ou simples logradouro, o Largo da Rato é anterior à tessitura urbanística do sítio.
«Rato» é designação que não adveio do começo da tímida póvoa, e só apareceu na terceira década do século XVII; antes foi «Campolide» — o que hoje se atesta numa lápide foreira no começo da Rua das Amoreiras — , depois «Cotovia», quási no nosso tempo, designações genéricas que chegaram aqui por extensão.
De um padroeiro [Luís Gomes de Sá e Meneses], do Convento das freiras da Santíssima Trindade [Convento das Trinas] se trespassou para a casa religiosa e para o sítio do seu eirado o nome de «Rato», que era um cognome, quási apelido pessoal.==
Largo do Rato |1944| Avenida Álvares Cabral, rasgada entre 1906 (Norte) e 1930 (Sul) Duas imagens tiradas do mesmo ângulo mas separadas por um ano. Descubra as diferenças. Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, pp. 11-12, 1939.
O homem de casaco branco no meio do Largo parece ser o mesmo nas duas fotos.
ReplyDeleteA diferença está no abate das árvores e abertura da parte central da Avenida Álvares Cabral.
Cumprimentos
Valdemar Silva
É isso mesmo. Cunps
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