A Avenida [da Liberdade] tinha os seus coretos onde aos domingos tocavam as bandas, a Rotunda tinha os tapumes de metro e meio para a futura estátua do Marquês e o Parque de Eduardo VII era um terreiro escalvado que servia para tudo, como os campos da feira das terras da província.
Havia revoluções, o primeiro golpe estratégico era conseguir ocupar a Rotunda. Abriam-se trincheiras, colocavam-se peças e começavam a bombardear da Rotunda. Nos intervalos das escaramuças políticas, o alfacinha pegava no farnel e no garrafão e ia arejar para a Rotunda. Aparecia uma companhia de circo com montanha russa e fantoches, acampava na Rotunda. O grande Luna-Park foi a delícia dos lisboetas. [...]
Na Rotunda caía Lisboa em peso. Comia-se um petisco e dava-se um passeio nas águas mansas já que a ida até Cacilhas era um prazer muito experimentado.
Parque Eduardo VII [193-] A montanha-russa do Luna-Park — quando funcionou pela primeira vez — junto à Avenida António Augusto de Aguiar. Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
AMARO, José, Cartas de um moinho saloio, p. 161, 1974.
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