Sunday 21 April 2019

Lojas de antanho: Pâtisserie Benard

Modificada, embelezada e modernnisada — noticiava a lllustração portugueza em Novembro de 1914 — abriu ha dias a antiga pastelaria Benard. de que é proprietário o sr. Casimiro Bénard. O interior da loja é revestido de elegantes vitrines de metal branco e cristal, bons espelhos que rodeiam a casa o até ao teto, tudo decorado a branco e ouro, o que a torna confortável e vistosa. A pastelaria Bénard tornou-se o ponto escolhido da boa sociedade de Lisboa para as suas reuniões, sendo o o seu proprietário, pelas belas qualidades que possue e dotes de inteligencia que o distinguem, merecedor de todas as simpatias que lhe são dispensadas

 

Pâtisserie Benard [c. 1912]
Rua Garrett, 104-106; (Hotel Borges, vd NB.))
A partir de 1926, passou a incluir o termo «pastelaria», quando os dísticos das fachadas em idiomas estrangeiros foram sujeitos a um pagamento de 500 reis à Câmara
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

A elegante Pastelaria Bénard, vizinha do Hotel Borges, — recorda-nos Mário Costa no seu Chiado pitoresco e elegante — pertence hoje à firma Manuel José de Carvalho, Ld.ª. Fundada no Calhariz [abriu primeiro como patisserie], em 1868, por Elie Bénard, passou a Pedro Bénard, Elias Bénard e ainda a Casimiro Bénard, transferindo-se para aqui no princípio do século XX, em substituição de outra fábrica de guloseimas, a Confeitaria Gratidão, de Manuel Antunes, que sucedera à firma V.ª Justo, especializada em frutas cristalizadas para exportação, e que se demorou de 1885 a 1891.

Pâtisserie Benard [c. 193-]
Rua Garrett, 104-106
O interior da pastelaria em 1912.
A partir de 1926, passou a incluir o termo «pastelaria», quando os dísticos das fachadas em idiomas estrangeiros foram sujeitos a um pagamento de 500 reis à Câmara
Ferreira da Cunha, in Lisboa de Antigamente

Entre 1838 e 1840 foi notória uma loja de ferragens, conhecida por Clube da Rolha, reunindo numeroso grupo de janotas, que, com a sua presença e animada conversação, afastavam muita freguesia. E, em 1873, data em que se inaugurou, o armazém de pianos, de G. Fontana & C.ª foram estes os fornecedores de grande número de discípulos dos melhores professores da época. 
A Confeitaria Gratidão lembrará duas similares, de tempos muito distantes, que por estes lados se acoutaram, tornando-se conhecidas pelos nomes dos seus proprietários, o Batalha e o Vilas. 

Pâtisserie Benard [1912]
Rua Garrett, 104-106
Funcionários da Benard a fazer broas de Natal em 1912.
A partir de 1926, passou a incluir o termo «pastelaria», quando os dísticos das fachadas em idiomas estrangeiros foram sujeitos a um pagamento de 500 reis à Câmara.
Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente

NB. O Hotel Borges não tem capitulo na história antiga da artéria, mas é de citar-se como o único Hotel que o chiado possui em 1939, visto que o Aliança, na esquina da Rua Nova da Trindade, desapareceu em 1936. [Araújo: 1939]
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Bibliografia
Illustração Portugueza, 9 de Novembro, 1914.
COSTA, Mário, O Chiado pitoresco e elegante, p. 276-277, 1987.

5 comments:

  1. Ou me engano muito ou a Senhora que ocupa o canto inferior esquerdo da segunda fotografia está a falar ao telemóvel...

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  2. Thanks very nice blog!

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  3. Telemóvel???? A mim parece-me um espelho!!!

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  4. Julgo que a foto é dos anos 30 do século passado.
    A brilhantina não engana.

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