O Barão Haussman o "artista demolidor" (1809-1891) em Paris, o paisagista Humphrey Repton (1752-1818) em conjunto com o arquitecto John Nash (1752-1835) em Londres ou o urbanista Ildefonso Cerdá (1815-1876) em Barcelona, com os seus planos de carácter regulador higienista e de circulação viária, influenciaram arquitectos e projectistas por toda a Europa e América do Norte (Frampton, 1992).
Avenida Almirante Reis |c. 1911| À dir., no n-º 2-2K, o edifico prémio Valmor de 1908; à esq. vê-se o Hospital do Desterro. Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Assim, em 1903, foi aberta a Avenida dos Anjos e a Avenida Dona Amélia, que viria a ser mais tarde designada por Avenida Almirante Reis. Foram destruídos vários quarteirões nesta área permitindo por outro lado, a construção de novos e mais modernos edifícios o longo da recente e ampla avenida (Unidade Projecto Mouraria, 2009).
Avenida Almirante Reis |c. 1911| Fotografia original colorida por Fátima Rocha Joshua Benoliel |
Quem no dealbar do século XX, viajasse pela Rua da Palma para norte, na procura da moderna e ampla Avenida Dona Amélia (hoje Almirante Reis), acabava por deparar-se com um beco sem saída. Ali, por alturas do Intendente, onde finda a Rua da Palma e onde deveria começar a tão falada avenida, o passeante acabava por dar com o nariz na parede, literalmente. Mais exactamente, acabava por dar de caras com os muros do hospital do Desterro. Para retomar a avenida era preciso fazer um desvio à direita pelo Largo do Intendente Pina Manique — seguindo a linha do eléctrico — contornar o quarteirão, virar à esquerda na actual Travessa Cidadão João Gonçalves de volta à Almirante Reis. Para melhor compreensão deste inusitado trajecto consulte a carta topográfica (anotada) daquela zona em 1911.
No comments:
Post a Comment