Aquele Pinto Machado, que tinha o seu palácio na Rua do Machadinho — diminutivo que nasceu do apelido do fidalgo —, foi quem fez rasgar, depois de 1758, uma serventia já desenhada desde 1680 — «Caminho Novo» — na quinta de D. Francisco Xavier Pedro de Sousa, por alcunha o «Quelhas», quinta na qual o fidalgo tinha sua casa, que bem pode ter sido aquela onde assentou o palácio dos Pintos Machados.
A Rua do Machadinho, de acordo com o olisipógrafo Luís Pastor de Macedo
(«Lisboa de Lés a Lés») foi a «Rua do Acipreste» que já em 1805, no
Livro de óbitos da freguesia de Santos, surge como Rua do Machadinho,
topónimo «dado pelo vulgo em razão de nela ser erguer [no nº 20 da
artéria] o Palácio do Machadinho, assim conhecido por ter sido mandado
restaurar ou edificar por José Machado Pinto, fidalgo cavaleiro da Casa
Real, Coronel de Auxiliares e administrador geral do Contrato de Tabaco,
que nele faleceu em 22 de Abril de 1771, deixando viúva D. Isabel de
Sousa Ventaga (ou Vetingão)».
Palácio do Machadinho |c. 1940| Rua do Quelhas, 13; Rua do Machadinho, 18-22; Beco do Machadinho (muro); Travessa dos Inglesinhos Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Na segunda metade do século XVIII, José Pinto Machado, o Machadinho, fidalgo da Casa Real, torna-se proprietário de um palácio seiscentista à Madragoa, empreendendo uma campanha de reedificação, ampliação e redecoração do edifício. Após a sua morte sucedem-se os proprietários e inquilinos, dos quais se destacam o poeta António Feliciano de Castilho e seu filho, o olisipógrafo Júlio de Castilho. Adquirido pelo município, em 1948 é alvo de um grande restauro que recriou o esplendor perdido graças à reutilização de azulejos provenientes de outros edifícios da cidade. Destaca-se o salão com tectos estucados por João Grossi. O jardim foi redesenhado pelo arq.º Ribeiro Telles.
Palácio do Machadinho, portão com pedra de armas |1968| Rua do Machadinho, 20 Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente |
Entre os painéis
de azulejo que ornamentam as salas do piso nobre —
figurando cenas
mitológicas, profanas (festas galantes) —
que ornamentam algumas salas
reconhecem-se, pelo desenho e composição, conjuntos diversos, datáveis
período joanino. Nos jardins reconhece-se uma construção de planta
hexagonal (casa de fresco), coberta por cúpula revestida de azulejo,
bancos e conversadeiras revestidos com azulejos polícromos setecentistas
(reaproveitados). A pedra de armas é um escudo partido, ao 1º de Pinto —
de prata com 5 crescentes de vermelho postos em sautor —
e ao 2º de
Machado —
de vermelho com 5 machados de prata encabados de ouro postos
em sautor. Como timbre : um elmo com dois machados em aspa.
Palácio do Machadinho, portão e pedra de armas |1968| Rua do Quelhas, 13; Rua do Machadinho, 18-22; Beco do Machadinho (muro); Travessa dos Inglesinhos Armando Serôdio, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. VII, p. 33, 1938.
cm-lisboa.pt/toponimia; monumentos.pt.
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. VII, p. 33, 1938.
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