Casa fundada em 1908 (antes Sapataria Coimbra), propriedade de José Rodrigues Marecos, dono da Tabacaria Mónaco [desde 1916], na Praça de D. Pedro IV, 21.
Desde que me entendi até aos vinte e cinco anos, morei no sítio mais concorrido de Lisboa, isto é, no funil por onde passava tudo que Lisboa tinha de óptimo e bom, no primeiro andar por cima da tabacaria Marecos, na rua do Principe, hoje 1.º de Dezembro, nos tempos em que ainda não existia a estação do Rossio nem o Avenida Palace. (Barbosa, Sempre Fixe, 1927)
A serventia parece que fora chamada pelo vulgo, no tempo de Pombal, depois do Terramoto — recorda o ilustre Norberto de Araújo — , Rua Nova das Hortas e Rua das Hortas (e que constituiria referência oral à Horta da Mancebia ou a horta dos terreiros do Duque de Cadaval ou dos Condes de Faro, mais para Norte). Antes de 1755 a Rua tinha já o traçado sensivelmente idêntico ao de hoje, e chamava-se Rua de Valverde – lindo nome. ==(ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XII, p. 85)
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Rua Primeiro de Dezembro |entre 1926 e 1929| À esq. — no edifico que acabou demolido em 1952 — observam-se as fachadas da Tabacaria Marecos e do Café Suisso tornejando para a Praça D. João da Câmara. Ferreira da Cunha, in Lisboa de Antigamente |
N.B. Por Edital municipal de 7 de agosto de 1911 a Rua do Príncipe e Largo da Rua do Príncipe passaram a denominar-se Rua Primeiro Dezembro, a data da Restauração em 1640.
Excelente passagem pela história de Lisboa, do inacessível passado e atual.
ReplyDeleteCarla Emidio