O Parque — no seu início e no primitivo sonho paisagista, assim podemos dizer — data da penúltima década do século passado (1885), e seu primeiro nome, caído em esquecimento, foi o de Parque da Liberdade.
Era então tudo isto por aqui terreno de mau cultivo, ou nenhum, terras que ocupavam a poente za zona de Vale Pereiro — recorda Mestre Araújo, a quem vamos sempre seguindo — , quási todas pertencentes no século XVIII aos padres da Congregação do Oratório (de S. Felipe Nery), e a ocidente e a norte restos de quintas das Lages, de Galvão Castelo Branco, dos Pachecos Malheiros, e do Poceiro. Estes tratos de terrenos há muito que se haviam desmembrado das designações e possuidores setecentistas; a mais importante zona, vastíssima, era a do Casal do Monte Almeida, de Carlos Maria Eugénio de Almeida, com o qual a Câmara manteve demoradas demandas, que duraram de 1894 a 1930.
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Panorâmica tirada do Parque sobre a Avenida da Liberdade |c. 1900| Rio Tejo Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Municipalizados, em parte, os terrenos destinados ao Parque, começou a Câmara (1888) a pensar a sério no ajardinamento e aformoseamento paisagista do seu Parque, abrindo um concurso internacional entre arquitectos especializados, cujos três prémios foram ganhos por franceses; o projecto classificado em primeiro lugar (Henry Lusseau) não pôde ter execução, como não a pode ter o projecto Forestier, de 1926, nem sabemos se o terá o de Luiz Cristino da Silva, de 1932, que inclui uma entrada monumental.
O Parque — denominado de Eduardo VII depois da visita que este Rei de Inglaterra fez a Lisboa em 1903 — logo que foi proclamada a República mereceu às vereações cuidados especiais, em bons propósitos que a carência de um plano definido, ou a falta de verbas, nunca deixaram coroar de êxito.
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Panorâmica tirada do Parque sobre a Avenida da Liberdade |c. 1954| Castelo de S. Jorge; Monumento ao Marquês de Pombal (1934); Rio Tejo Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Há mais de 50 anos . Quanta diferença!
ReplyDeleteMuito bom lembrar os velhos tempos. 🩷
ReplyDeleteMonica Campello
Quanta diferença, parabéns pela postagem.
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