— Grande panorama! — disse o Conselheiro com ênfase. — E encetou logo o elogio da cidade. Era uma das mais belas da Europa, decerto, e como entrada, só Constantinopla! Os estrangeiros invejavam-na imenso. Fora outrora um grande empório, e era uma pena que a canalização fosse tão má, e a edilidade tão negligente!— Isto devia estar na mão dos ingleses, minha rica senhora! —exclamou. Mas arrependeu-se logo daquela frase impatriótica. Jurou que era uma maneira de dizer. Queria a independência do seu país; morreria por ela, se fosse necessário; nem ingleses nem castelhanos!... Só nós, minha senhora! — E acrescentou com uma voz respeitosa: — E Deus!
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Lisboa vista de Almada |c. 1870| Margem S. do Tejo. Laurent, J. (1816-1886, in Lisboa de Antigamente |
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Lisboa vista de Almada |c. 1900| Margem S. do Tejo. Charles Trampus, in Lisboa de Antigamente |
— Que bonito está o rio! — disse Luísa.
Acácio afirmou-se, e murmurou em tom cavo:
— O Tejo! ==
(QUEIROZ, Eça de, O Primo Basílio, 1878)
Parabéns muito interessante..
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