Chegara então ao Largo Rodrigues de Freitas, encruzilhada de uma meia dúzia de pequenas ruas, oásis verdejante, com algumas casas bem antigas, mas, infelizmente, bastante degradadas. Estará então a dois passos da igreja do Menino Deus.¹
Foi neste Largo de Rodrigues de Freitas que nos despedimos no cabo da última jornada — recorda o ilustre Norberto de Araújo. Aqui nos voltamos a encontrar — no coração do velho Santo André, santo da toponímia popular, cujo nome encheu o sítio, e por muitos anos perdurará. Vão lá dizer as gentes que isto aqui não é «Santo André»!
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Largo Rodrigues de Freitas antigo de Santo André |1948-05| Confluência da Rua de São Tomé, Calçada da Graça e Travessa do Açougue Costa do Castelo (esq.) e Calçada de Santo André; à dir., o Palácio dos Condes deFigueira. Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
A designação deriva da circunstância de neste local de que nos vamos aproximando — a Travessa do Açougue, que condu²z em pequena rampa à Calçada da Graça — ter existido a Igreja Paroquial daquela invocação.²
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Largo Rodrigues de Freitas antigo de Santo André |c. 1960| Confluência da Travessa do Açougue (esq.) e Ruas do Salvador e de São Tomé. Mário Pinto,, in Lisboa de Antigamente |
No dia 31 de Maio de 1835, acabaram definitivamente as freguesias de Santa Marinha e de Santo André [...] Os letreiros dos carros eléctricos arvoravam durante muito tempo, o chamadouro do lugar que foi de grandeza e decaiu. Ficou, porém, a Calçada de Santo André que vai até ao Terreirinho. O largo é que passou a ser de Rodrigues de Freitas, em 1915, sem que cousa alguma explique a homenagem local ao ilustre professor e notável democrata.Nem sequer a existência de um centro republicano, com o seu nome, naquele âmbito justifica a distinção do município.³
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Largo Rodrigues de Freitas antigo de Santo André |1967| Jardim e Travessa do Açougue. Artur Inácio Bastos, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
¹ ADRAGÃO, José Victor; PINTO (Natália); RASQUILHO, Rui, Lisboa, p. 74, 1985.
² ARAUJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. III, p. 12, 1938.
³ MARTINS, Rocha, Lisboa de ontem e de hoje : as colinas da cidade, p.1045.
Uma janela aberta sobre o passado. Velhos tempos lindos dias.❤️
ReplyDeleteBom apontamento histórico.
ReplyDeleteÓptimas recordações guardo deste local.
ReplyDeleteFoi aqui que passei lá a minha meninice morava lá a minha avó.
ReplyDeleteBeen there. Truly fantastic!
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