Vale a pena olhares este Beco do Maquinez — diz o ilustre Norberto de Araújo — , que desce à direita [vindo do Beco da Lapa]. Repara a curiosidade do arco, do cunhal que o ampara, do enfiamento estreito em escadinhas, que morrem na Rua Jardim do Tabaco. Aquele «Maquinez» parece, segundo um escritor olisiponense (*), ser corruptela fácil de «Mequinez», alcunha de Gaspar da Costa Ataíde, um general do mar, de D. Pedro II; não vejo lá grande justificação na conjectura, mas adiante, que afinal o interesse desta anotação é pequeno.
Beco do Maquinez [1944] Martinez Pozal, in Lisboa de Antigamente |
Neste beco, na porta n.° 10 [vd. 2ª foto], ostenta-se um simples e delicioso registo de azulejos, de guarnição policromada, que dá Nossa Senhora da Nazaré, com a representação do veado atraindo o cavaleiro para o abismo — talvez a única figuração deste tipo em Lisboa — , S. Marçal e S. Francisco.
Beco do Maquinez [1944] Registo de santos representando o milagre de Nossa Senhora da Nazaré, tendo à esquerda São Marçal e, à dir., São Francisco. Eduardo Portugal,in Lisboa de Antigamente |
Beco do Maquinez [194-] Perspectiva tomada da Rua do Jardim do Tabaco Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto, Peregrinações em Lisboa, vol. X, p. 99, 1939.
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