Fui um dia visitar o mercado de Arroios, gostei da sua arquitectura, tipo de panela com a tampa em cima a fazer de telhado, a praça cheia de tudo, hortaliça, fruta de toda a qualidade, peixe fresquinho tapado de gelo, encontrei lá uma sardinha de olhos azuis que andava a passear, perguntei-lhe se havia assim sardinhas tão boas todos os dias no mercado de Arroios, respondeu-me que em em Portugal não falta nunca a boa sardinha. [Covas: 2007]
Erguido no centro de um populoso bairro lisboeta — vulgo Bairro dos Actores —, o mercado de Arroios (1942) assentou numa concepção estrutural inovadora. Com uma planta central, com um pátio central aberto, a construção articula-se em torno de uma série de grandes vigas dispostas em círculo que se estendem por três pisos. De cada lado desta estrutura matricial está suspensa uma laje que cobre o primeiro andar, onde as lojas se abrem para a rua exterior e para o pátio interior, respectivamente. Este sistema de corpos escalonados permite uma abertura de aberturas em vários níveis que convergem para alcançar uma iluminação natural cheia de força e diversificada, bem como uma espacialidade claramente inovadora para a época. [Ana Tostões]
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| Mercado de Arroios (construção) |1939| Rua Ângela Pinto; ao fundo as Ruas Lucinda Simões e Carvalho Araújo. DN, in Lisboa de Antigamente |
O projecto urbanístico aprovado em sessão de Câmara de 7 de Abril de 1928 determinou o futuro da zona contida entre a Praça do Chile e a Alameda Dom Afonso Henriques, tendo a Rua Ângela Pinto (1869-1925) sido o topónimo dado à «Circular, em volta do mercado». Com a publicação do Edital de 12 de Março de 1932, ficou perpetuada a memória de uma das maiores actrizes do teatro português na toponímia da cidade de Lisboa.


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