Friday, 18 August 2017

Fonte S. João Baptista vulgo Chafariz do Boneco

A Fonte S. João Baptista, entre 1885 e 1909, (período em que permaneceu no adro da igreja matriz do Lumiar) é uma fonte de traço revivalista neoclássico, com duas bicas e dois tanques destinados aos animais. Era encimada por uma escultura. A figura alegórica do jovem encontrava-se virada para Palácio Angeja/Palmela, numa posição em que o parecia contemplar. 


Em 1885 a Câmara mandou construir para a população um chafariz no adro da Igreja de São João Baptista no Lumiar, o chafariz era abastecido por uma mina que a Câmara mandou explorar no sítio dos Pinheiros, em terras que pertenciam ao Duque de Palmela e a João Pisani da Cruz, para as despesas de construção concorreram estes proprietários e outros, concedendo-se à quinta daquele titular o recebimento das sobras. Apesar do chafariz ter sido construído para o adro da Igreja de São João Baptista, (foi transferido para a localização actual, em 1909) enquadra-se perfeitamente na escala e ambiente do Largo Júlio de Castilho (Erudito, Escritor e Historiador, 1840-1919), contribuindo para a dignificação da entrada do Palácio Angeja-Palmela na Quinta do Monteiro-Mor. 

Fonte S. João Baptista vulgo Chafariz do Boneco ou do Lumiar [c. 1900]
Largo (Igreja) de São João Baptista

José A. Bárcia, in Lisboa de Antigamente

O sentido da verticalidade representado pelo jovem guerreiro trajado à maneira romana, com um cálice na mão esquerda encostada ao peito e, na mão direita, uma cornucópia a transbordar de frutos. Esta imagem representaria a abundância (elemento simbólico associado às cornucópias com frutos) e a vitalidade essencial da água, garantia de vida e fertilidade. A serenidade da figura induz uma sensação de segurança e tranquilidade associada à generosa disponibilidade de água no Lumiar. Porventura poderá ter-se desejado afirmar estes atributos de abundância à própria Casa de Palmela, que tinha aqui três palácios (os actuais museus do traje, do teatro e o que encerra o lado do nascente do largo da igreja). Conjunto arquitectónico e fonte eram uma marcante e incontornável presença no espaço público, quer no adro, quer depois no largo.

Fonte S. João Baptista vulgo Chafariz do Boneco ou do Lumiar [c. 1900]
Largo de São João Baptista
José A. Bárcia, in Lisboa de Antigamente

Trata-se de um chafariz algo monumental, numa época em que o critério de construção era estritamente funcional. Possui um soco de base, onde se integram tanques de pequena dimensão, encimado por plinto almofadado, com duas bicas de forma zoomórfica, possuindo inscrições, que permitem datar a sua construção. Está encimado por figura alegoria, perfeitamente clássica, disposta em contraponto, com o vulgar elemento de apoio, que caracterizava a escultura clássica grega.
O chafariz encontra-se desfigurado  por ter sido amputado da escultura que o coroava.

Fonte S. João Baptista vulgo Chafariz do Boneco ou do Lumiar [1939]
Ao fundo vê-se a Casa Júlio de Castilho; Largo Júlio de Castilho, antigo da Duquesa
Eduardo Portugal, 
in Lisboa de Antigamente

Bibliografia
MECO, José, Sítio do Lumiar, in Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa
monumentos.pt

3 comments:

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