Edificado sobre o antigo Paço de D. Afonso Sanches, após o terramoto de 1755, traduz uma arquitectura de influência pombalina. Tendo conhecido acrescentos e obras ao longo do séc. XIX, apresenta características neo-clássicas e românticas. Após a recuperação do edifício e do património paisagístico envolvente,nomeadamente a Quinta do Monteiro-Mor/Quinta do Marquês de Angeja, acolheu o Museu Nacional do Traje e da Moda, inaugurado em 1977.
Este palácio, assim denominado por ter sido propriedade, sucessivamente, destas duas famílias, deve a sua traça actual ao 3º Marquês de Angeja, que aqui projectou instalar as suas colecções de história natural, complementadas com um jardim botânico. O projecto de remodelação é realizado mas o de instalação de um museu de história natural não se concretiza, embora tenha deixado alguns vestígios arquitectónicos — o edifício que actualmente serve de restaurante e a estufa.
Adquirido pela Família Palmela no segundo quartel do séc. XIX, continua a servir de residência secundária e foi objecto de campanhas de requalificação dos interiores, das quais se salienta a desenvolvida por Pereira Cão, Rambotti e Cinatti, que intervieram na decoração parietal do andar nobre.
Foi adquirido, juntamente com o seu jardim e quinta, pelo Estado Português em 1975, para instalação do Museu Nacional do Traje, inaugurado em 1977.
Palácio Angeja-Palmela, actual museu Nacional do Traje |1939| Largo Júlio de Castilho, 5; Estrada do Lumiar, 2-8 Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
No interior destacam-se os tectos de masseira, estuques, pinturas ornamentais e alguns silhares de azulejos setecentistas, para além do acervo do Museu: tecidos dos sécs. IV a XIX, salientando-se os tecidos coptas; indumentária civil dos sécs. XIV a XX, com especial relevo para o traje da corte de meados do séc. XVIII e traje Império; trajes populares, brinquedos e bonecas dos sécs. XIX e XX em sistema rotativo de exposições temporárias; e uma secção de tecelagem e estamparia manual em exibição permanente. O Palácio Angeja-Palmela, edifícios, jardins, parque e terrenos anexos encontram-se classificados como Imóvel de Interesse Público por si mesmo, assim como fazem parte do Paço do Lumiar, classificado como Conjunto de Interesse Público.
A capela do Palácio é dedicada a Santa Rita tem um altar encimado por um
sacrário de talha dourada. De ambos os lados pode observar as imagens
que representam Santo António e São Francisco Xavier.
Palácio Angeja-Palmela, capela |1939| Estrada do Lumiar, 2-8; Largo Júlio de Castilho, 5 Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
O jardim botânico terá sido iniciado por Domingos Vandelli, na
segunda metade do séc. XVIII, no tempo do 3ª Marquês de Angeja e, no
séc. XIX, foi continuado pela Família Palmela. Aqui se encontra a
primeira Araucaria Heterophylla conhecida em Portugal continental. O jardim botânico, uma área que integrou os jardins oitocentistas e parte do antigo núcleo agrícola, tem cerca de 11 hectares murados e é atravessado por uma ribeira que, à entrada, corre a céu aberto e segue depois num troço encanado, datado do séc. XVIII. Esta solução permitiu a construção dos grandes socalcos que sustentam a plataforma onde se encontra o palácio.
Após
a aquisição pelo Estado, em 1975, procedeu-se à adaptação da
propriedade a parque, mantendo as áreas características — jardim,
roseiral, pomar, prados, pinhal e horta —, e aumentando a diversidade
botânica. [DGPC]
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