É considerado vendedor ambulante, o indivíduo que por conta própria ou alheia, vende pelos lugares do seu trânsito os objectos do comércio que exerce, a quem .aparece a comprá-los, e não um indivíduo que, por conta própria ou alheia, distribui os objectos do seu comércio por clientes certos e determinados, conforme instruções recebidas do respectivo estabelecimento comercial.
(Portaria n.º 4.887 de 6 de Maio de 1927)
A classe de mais valor, era noutro tempo, a dos profissionais, da qual faziam parte: vendedores, que numa giga traziam vários cestos pequenos, com boa fruta., e na outra, boa. hortaliça, isto é, tudo o que traziam, era bom, pelo que, vendiam mais caro.
Profissões de Antanho: o rendeiro |1907| Rua dos Caetanos Largando para o negócio Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Uma outra, a dos rendeiros (espanhóis de origem) — que eram o encanto das noivas e das donas de casa — que também se dividia em duas partes. A primeira composta por vendedores de bordados, rendas, mantilhas, écharpes, sedas, etc., que eram transportadas em fardo, a dorso, e a segunda, composta por vendedores (homens ou rapazes) portugueses que apenas vendiam, uma ou duas qualidades de rendas ou fitas, que traziam estendidas em um dos braços, apregoando o preço de cada metro, acompanhando sempre o ·pregão, da frase: «é p'rácabar, ou «é mais barato que na «loje».
Profissões de Antanho: o rendeiro [|907| — A vintém o metro, mais barato não há! — Que tentação... — Quantos metros vão ser, freguesa? Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Profissões de Antanho: o rendeiro |1907| Travessa dos Inglesinhos com a Rua Luz Soriano; ao fundo a Rua da Atalaia — Então? Vendeste muito? Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
O espanholito passa, curvado, sob o fardo coberto de riscado azul e enfiado no metro. Aos bandos pelas ruas, os pequenos espanhóis da Extremadura, com a mão espalmada ao canto da boca, atiravam o pregão "Saiotes, manas, saiotes!", "a vintém o metro não há nada mais barato". É um delírio cor-de-rosa afogado num oceano de rendas. "Rendas! Rendas! Rendas baratas!".
Profissões de Antanho: o rendeiro |1907| Rua dos Caetanos Já se pode descansar «un rato!» Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
LOPES, Alfredo Augusto, Boletim do Grupo «Amigos de Lisboa», 1943.
Fico contente de este Património ter sido preservado.
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