Os novos cafés da Avenida da Liberdade começam a impor presença importante a partir de 1920 — recorda Marina T. Dias. O Café Palladium, projectado por Raul Tojal, ocupou em 1932, o piso térreo de um dos mais interessantes exemplos arquitectónicos do primeiro número da Avenida (edifício de Norte Júnior construído em 1909), antigas instalações da clínica de Henrique Basto. Foi louvado como expoente máximo de modernidade, levando proprietários de casas congéneres (como o Nicola e o Chave d' Ouro) a encomendar projectos de alteração do interior dos seus estabelecimentos ao mesmo arquitecto.
Mário Dionísio refere o Palladium como centro de tertúlia desde final dos anos 30. Seria, ao longo das décadas seguintes, local muito procurado por estudantes e intelectuais da oposição, surrealistas incluídos. [...]
Café Palladium |196-| Avenida da Liberdade Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Alguns elementos da decoração interior (incluindo baixos-relevos e pormenores do varandim) foram aproveitados pelo centro comercial que lhe sucedeu.
Apesar de ter beneficiado de grandes obras em 1972, encerrou poucos anos mais tarde, dando lugar a um centro comercial. [Dias: 1999]
Café Palladium: quiosque-esplanada |1935-07-28| Avenida da Liberdade Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
No ano de 1933, o arq.° Cassiano Branco projecta um quiosque-esplanada para o Café Palladium, inaugurado no ano anterior, localizado a cimo do Restauradores, onde se inicia a avenida da Liberdade. Este equipamento, infelizmente já demolido, desenvolvia-se em torno de um pilar redondo, envolvido por uma estrutura de ferro e vidro e era composto por dois pisos. Aproxima-se esteticamente à cultura internacional, integrando-se no desejo de Cassiano Branco de transformar Lisboa, e particularmente esta artéria, para a qual projectou a esmagadora maioria dos seus trabalhos, numa grande metrópole moderna, plena de edifícios modernos, salas de espectáculos, cafés e outros espaços de ócio, luz e movimento, à imagem das principais cidades europeias. [Mártires Batista: 2015]
Quiosque-esplanada para o Café Palladium |1933| Avenida da Liberdade Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Era precisamente neste Café Palladium que se juntavam os amigos em tertúlias e aí nasciam as melhores anedotas e boatos no tempo da ditadura.
ReplyDeleteNo 1º andar havia mesas de bilhar. Renhidas partidas aqui disputei.
ReplyDeleteBoas recordações!
ReplyDeleteC. Fróis
café palladium onde ia jogar bilhar e discutir política... baixinho... que as paredes tinham ouvidos
ReplyDeleteEstive entretido a estudar estas fantásticas fotografias e textos.
ReplyDeleteBons tempos que havia sossego e boas amizades.
ReplyDeleteRecordo com muita saudade o Palladium que pertenceu ao meu avo Jeronymo Tavares da Silva. Meu pai geriu este belo café ate 1975 data na qual um grupo liderado por um antigo feitor o tomou de assalto com alguns dos empregados.
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