Sunday 21 August 2022

Palácio Tomar

O Palácio Tomar situa-se na Rua de S. Pedro de Alcântara, frente à fachada lateral da Igreja de São Roque e esquinando para a Travessa do Guarda-Mor [actual Rua do Grémio Lusitano]. É uma construção simples e despretensiosa de fisionomia acentuadamente utilitária. 


Palácio urbano mandado edificar, na 2ª metade do séc. XIX, por iniciativa de António Bernardo da Costa Cabral (1803-1889), 1º conde e 1º marquês de Tomar. De planta em L e volumetria paralelepipédica desenvolve-se em quatro pisos (um deles parcialmente enterrado e outro ao nível da cobertura), cunhais e soco de cantaria articulados com alçados rasgados a ritmo regular, por vãos predominantemente de verga recta destacada

Palácio Tomar |1928-01-21|
Rua de São Pedro de Alcântara, 1-3; Rua do Grémio Lusitano, 1-3
Nesta data encontrava-se instalado no palácio o Royal British Club.
Fotógrafo não identificado, in Arquivo do Jornal O Século

Vestígios de construção setecentista alternam com acrescentamentos do século XIX, criando um estilo simbiótico de certo interesse. Ao gosto tradicional português, tem um andar nobre de certa importância cujo ritmo se encontra nas aberturas dos grandes portões de acesso. O remate sobre a cornija assim como pormenores do enquadramento das janelas acusam oitocentos.

Palácio Tomar |1969|
Rua de São Pedro de Alcântara, 1-3; Rua do Grémio Lusitano, 1-3
A Câmara Municipal de Lisboa adquire o imóvel em 1970.
Vasco Gouveia de Figueiredo, in AML

O interior, muito alterado por ocupações sucessivas e utilitárias é contudo enobrecido por uma escadaria monumental e trabalhos de estuque de sabor neoclássico. Em termos arquitectónicos e artísticos, recorre a soluções decorativas que incluem o estuque, o couro, o vidro pintado e colorido, o reboco pintado, o azulejo, o ferro forjado, entre outros materiais.

Palácio Tomar, portão |1969|
Rua de São Pedro de Alcântara, 1-3; Rua do Grémio Lusitano, 1-3
Esta artéria foi alternando sucessivamente o seu nome entre Travessa do Guarda-Mor e Rua do Grémio Lusitano [vd. N.B.].
Vasco Gouveia de Figueiredo, in AML

N.B. A Travessa do Guarda-Mor — recorda Norberto de Araújo — , que assim voltou a chamar-se no ano passado [1937], foi , durante quási meio século, designada por Rua do Grémio Lusitano, em virtude da existência aqui da casa central da Maçonaria — Grémio Lusitano — e e cuja actividade findou, por ordem superior, há sete anos. [...]
Por edital de 10/10/1977 fixou-se a designação que tem até hoje de Rua do Grémio Lusitano.
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Bibliografia
SANTANA, Francisco Gingeira, Monumentos e edificios notaveis do distrito de Lisboa, Vol. 5, 1975.

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