O vocábulo Chiado — segundo Mário Costa, no seu Chiado Pitoresco e Elegante, 1965 — de efeito sonoro e quase mágico, designa como adjectivo aquele que se revela astuto, ladino, malicioso. No dicionário de Caldas Aulete, chiado, o mesmo que chiada ou chiadeira, quer dizer o ruído provocado pelo acto de chiar, som agudo e desagradável. Há uma hipótese segundo a qual o nome Chiado adviria do ruído carruagens que, séculos atrás, subiam a calçada (ladeira) do Chiado. Alberto Pimentel e Matos Sequeira, olisipógrafos ambos, estudaram a origem do nome Chiado.
Enquanto o primeiro concluiu que ele derivou da existência e modos de proceder de duas figuras excêntricas, alcunhadas de Chiado (Gaspar Dias, o vinhateiro, e António Ribeiro, o poeta chocarreiro), o segundo pesquisador afirmou convictamente que a transmissão de tal nome derivou da popularidade de que gozou o taberneiro na vida que fez em pleno Chiado, no século XVI, vida pública que o levou a tomar larga familiaridade com o chistoso vate, ex-frade franciscano, que em religião usou o nome de fr. António do Espírito Santo.
Largo do Chiado |1960| Vendedora ambulante de fitas-métricas Dístico de 1925; antigo Largo das Duas Igrejas ou Praça Do Loreto e antes lugar da Porta (ou Portas) de Santa Catarina, construída na cerca de D. Fernando, entre 1373 e 1375; Igreja da Encarnação. Arnaldo Madureira, in Lisboa de Antigamente |
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