Pois desçamos de novo a Rua da Estrela; estamos no começo da moderna Rua Domingos Sequeira — recorda Norberto de Araújo —, cujo lado oriental é moderno, em contraste com as casas e velhos pátios do lado poente. O edifício do Dispensário da Associação Nacional aos Tuberculosos data de 1932; adiante desta graciosa edificação vê-se ainda parte dos barracões, o pitoresco «car-barn» [ao fundo à esq.] dos ascensores da Estrela, os famosos «maxibombos» que precederam nesta linha, há cerca de trinta e cinco anos, a viação eléctrica.
O «Cinema Paris», edifício que segue, foi erguido em 1930, e dele é proprietário, Máximo Pinto. Não tem nada de notável.
Rua Domingos Sequeira [1932] «Pintor 1768-1837» Em 04/06/1957, foi acrescentada ao topónimo a legenda «Pintor 1768–1837». Basílica do Coração de Jesus ou da Estrela; Convento do Coração de Jesus, actual Instituto Geográfico e Cadastral. Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
A Rua Domingos Sequeira foi traçada, pela CML em Fevereiro de 1887, dada a necessidade de ligar o bairro de Campo de Ourique às áreas vizinhas, e, consequentemente, ao centro da cidade. Apenas em Junho de 1905 estaria em funcionamento a linha eléctrica do tramway, concretizando-se a ligação entre o Largo do Rato e a Praça da Estrela, através da Rua Ferreira Borges. [Informação prestada pela n/leitora Susana Maia E Silva]
Nota(s): O topónimo homenageia Domingos António Sequeira, pintor que em 1802 foi nomeado pintor real e co-director da pintura do Palácio da Ajuda. Também em 1806 foi director da Aula de Desenho, no Porto. A Vilafrancada fê-lo emigrar para Paris e em 1826 fixou-se em Roma onde executou obras sacras. Foi também gravador e aquele que executou as primeiras litografias em Portugal. A sua obra está representada no Museu Nacional de Arte Antiga. [cm-lisboa-pt]
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Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. XI, p. 54, 1939.
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