Neste sítio principia a Rua de Filipe Néri, aberta no final de setecentos, na quinta de «D. Elena», e que pertenceu depois (1755) aos oratorianos; o nome deriva, é claro, da existência da Casa religiosa citada. Já agora contempla, na Rua de S. Filipe Néri, descendo, do esquerdo, o famoso Palácio dos Guiões, éste que aí vês com certo ar decorativo solarengo.
O Palácio dos Guiões — sua denominação de sempre — sito na Rua de S. Filipe Néri, é uma edificação do terceiro quartel do século XVIII, erguida em terrenos da quinta de D. Helena (D. Helena Maria de Melo), a qual no ano do Terramoto, mas antes dele, passada à posse dos padres da Congregação do Oratório dos padres de S. Filipe Néri.
Levantou o palácio o desembargador Romão José da Rosa Guião e Abreu, familiar do Santo Oficio, que logo a seguir ao sismo grande aforou, uma boa porção de terreno da citada quinta aos padres da Congregação. O edifício estava de pé em 1767, mas é de crer que o seu fundador já nele residisse antes do palácio acabado. O desembargador morreu, no final do século e o palácio passou a quatro filhos, todos desembargadores, e a uma filha, que ali residiam em 1820.
Levantou o palácio o desembargador Romão José da Rosa Guião e Abreu, familiar do Santo Oficio, que logo a seguir ao sismo grande aforou, uma boa porção de terreno da citada quinta aos padres da Congregação. O edifício estava de pé em 1767, mas é de crer que o seu fundador já nele residisse antes do palácio acabado. O desembargador morreu, no final do século e o palácio passou a quatro filhos, todos desembargadores, e a uma filha, que ali residiam em 1820.
A fazenda dos Guiões desmantelou-se, e em 1888 já o palácio, que o desembargador Romão fundara setenta anos antes, ia à praça, com os protestos do seu administrador de então, o primogénito António José, que conseguiu demorar a execução da penhora até 1842. Parece que a propriedade passou mais tarde a um Manuel Lecoingt, que no edifício tinha instalado um «Colégio Luso-Britdnico» desde cerca de 1858; não teve o palácio melhor sorte, pois em 1888 ia novamente à praça por execução contra o dito Lecoingt, arrematando-o o Conde da Praia e Monforte, depois 1.º Marques, proprietário do Palácio Praia, no Largo do Rato, e que na velha casa dos Guiões algum tempo teria residido.
Por morte de D. António Praia, em 1908, o palácio ficou para sua filha, D. Francisca Maria Coutinho Borges de Medeiros da Gamara e Sousa, que veio a ser Condessa de Cuba, por seu casamento com D. Alexandre de Lencastre, e falecida em Janeiro de 1945. O palácio foi então legado à Ordem Terceira de Jesus, à qual hoje pertence.
Palácio dos Guiões, frontaria armoreada [séc. XIX] Rua de São Filipe Néri, 80 O Muro, de defesa do jardim, na parte inferior da rua. Horácio Novais, in Lisboa de Antigamente |
O velho Palácio dos Guiões — amplamente restaurado, sem grandeza, em 1910 — foi habitado, além dos seus proprietários, por famílias afins, e depois de 1880 serviu de aquartelamento ao regimento de caçadores 6, até nele se instalar o antigo «Colégio Luso-Britânico».
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, 1950.
ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, 1950.
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