Friday 25 October 2019

Calçada da Ajuda

A Calçada da Ajuda é uma comprida e íngreme artéria que outrora vencia a passagem de uma ribeira quase seca no Verão denominada Ribeira dos Gafos. Esta Calçada tem cerca de um quilómetro de extensão contando desde o Museu dos Coches até ao muro do Jardim Botânico, onde existiu um marco, pouco acima do respectivo portão com as iniciais CMB (Câmara Municipal de Belém), uma das poucas recordações desse Concelho que após a sua extinção persistiram na freguesia da Ajuda.
Antes do Terramoto de 1755, após o qual a via foi aberta, o sítio era despovoado e nele se cultivavam oliveiras, pomares, vinhas e trigo. Ao lado de prédios que ainda conservam varandas de sacada e varadins de ferro forjado, estabeleceram-se aqui numerosos quartéis

Calçada da Ajuda [1971]
Esquina com a Tv. de Paulo Martins, topónimo atribuído por deliberação camarária de 21 de Setembro de 1916. Paulo Martins exerceu o cargo de reposteiro da Casa Real e foi dono do edifício onde, nas águas-furtadas nasceu Simão Botelho, o protagonista de «Amor de Perdição»
Nuno Barros da Silveira, in Lisboa de Antigamente

A Calçada da Ajuda deu passagem ao séquito da Família Real aquando do seu embarque para o Brasil, aos círios de Nossa Senhora do Cabo e à procissão do Senhor dos Passos de Belém que ia até à Patriarcal da Ajuda. E grandes ornamentações nela se fizeram aquando da celebração, em 1886, do casamento do Príncipe Real D. Carlos com a Princesa D. Maria Amélia de Orleães. Ao longo de dois séculos e meio de existência, a Calçada da Ajuda foi assim palco de cortejos reais, procissões e desfiles militares.

Calçada da Ajuda [1967]
Augusto Fernandes,in Lisboa de Antigamente

Tal como no Largo e na Travessa, a deliberação camarária de 21 de Setembro de 1916 e o Edital de dia 26 do mesmo mês, oficializou os topónimos tradicionais do local que perpetuam o nome do sítio: Ajuda. [cm-lisboa.pt]

Alto da Ajuda, cruzamento da Calçada da Ajuda com Rua dos Marcos, Rua do Mirante, à Ajuda com a Rua das Açucenas [1939]
Ao fundo observa-se o Arco (já demolido) que servia de ligação entre o Palácio e o Jardim Botânico pela zona onde hoje é a GNR. Destinava-se ao passeio da rainha.
Eduardo Portugal in Lisboa de Antigamente

1 comment:

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