Do Largo dos Jerónimos saem a poente a Rua dos Jerónimos também de Belém antiga que morre na confluência da Rua das Pedreiras e Estrada dos Pocinhos, já subúrbios campestres e a nascente a Calçada do Galvão (António José Galvão , oficial maior da Secretaria de Estado dos Estrangeiros e da Guerra) que conduz ao Cemitério da Ajuda e às terras de Pedro Teixeira, em rigor arredores de Lisboa dentro de Lisboa.
Este topónimo homenageia António José Galvão, oficial-mor do Corpo de Sua Majestade (Intendente das Polícias). No nº 25-27 deste arruamento encontra-se a «Casa do Galvão», casa nobre de gosto barroco, construída numa quinta doada, em 1758, pelo rei D. José I a António José Galvão.
Aqui temos o portão do jardim Colonial [actual Jardim Botânico Tropical — recorda Norberto de Araújo — , área arborizada e ajardinada com cerca de cinco hectares que constitui um admirável Parque científico e cultural de Lisboa.Este belo logradouro botânico (a Cerca do Paço ou Palácio de Belém) foi o Regius Hortus Suburbanus, de «singular recreação», construído por D. João V [...] Este portão de ingresso e cortina gradeada, foram inaugurados em 1936, apesar de uma legenda de azulejo embebida no muro apresentar a data de 1927 (começo das obras, logo depois interrompidas); substituem a muro velho e portão de madeira da Cerca.Quanto ao Jardim Colonial, foi criado em Janeiro de 1906 pelo Jardim Colonial então Ministro da Marinha e Ultramar, Dr. Moreira Júnior como dependência do Instituto de Agronomia, e instalou-se primeiramente (1907) no Jardim Zoológico.Como esta Cerca desde 1910 se encontrava quási ao abandono, foi para ela transferido o Jardim Colonial em Junho de 1912, mas só em 1914, após montagem de aparelhos de aquecimento nas novas estufas , a instalação se realizou em definitivo , já com novas alamedas abertas e com o traçado paisagista rectificado.
Este Jardim é rico de espécies — acrescenta Araújo — , abundando as palmeiras, cedros, eucaliptos e casuarinas, entre plantas e arbustos de flora tropical e subtropical, tudo num delicioso conjunto, raro em Lisboa, envolvendo regatos, lagos, estufas, cascatas, tanques, grupos escultóricos e abrigos de meia sombra.==
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IX, pp. 91-93, 1939.
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IX, pp. 91-93, 1939.
Obrigada por manterem este blog vivo, e por arquivarem religiosamente as reliquias da nossa amada cidade.
ReplyDeleteLembranças da minha juventude.
ReplyDelete