Da Avenida Almirante Reis galga-se, em via larga, até aos antigos campos. O Areeiro é já citadino e viverá pouco quem não vir edificar até Sacavém e, com a velocidade adquirida, fazer-se a junção, através de largas passagens, com os antigos desertos saloios. Dentro em pouco será quási impossível encontrar, a vinte ou trinta quilómetros da Baixa, uma aldeia fresca e repousante que não esteja na iminência de ser conquistada pela cidade ambiciosa.
Existiam, naquele sítio do velho Areeiro, as locandas famosas, os «retiros» a que o cenógrafo Eduardo Reis, pai, chamava «Tabernáculos», e ficaram célebres a «Perna de Pau» e «José dos Pacatos», rivais do «Teotónio» da Calçada do Carriche, do «Quebra-Bilhas», do Campo Grande, e doutros variados sítios e petiscos que mais vale olvidá-los, agora, com seus aromas e alegria.
Praça do Areeiro, actual Praça Francisco Sá Carneiro (desde 1982) [1947] Avenida Almirante Reis; Prova de Ciclismo Horácio Novais, in Lisboa de Antigamente |
A extracção de areia na antiga Quinta da Montanha, destinada à construção dos prédios nesta zona, está na origem do nome desta nova freguesia da cidade. Ainda hoje se podem encontrar vestígios dessas escavações, ao fundo da Avenida dos Estados Unidos da América, no morro desta quinta.
Praça do Areeiro, actual Praça Francisco Sá Carneiro (desde 1982) [1947] Avenida Almirante Reis; Prova de Ciclismo Horácio Novais, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
DANTAS, Júlio Lisboa dos nossos avós, 1966.
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