Nestas Ruas da Bela Vista e dos Navegantes, os prédios urbanos levam, em regra, 65 e 75 anos [o autor escreve em 1938]; alguns remontarão ao principio do século passado e só um outro, já desfigurado, ao final do século de setecentos. O magnifico palacete, construido pelo Conselheiro José Luciano de Castro na Rua dos Navegantes, com fundos de jardins, é do final do século passado.
Foi Aquilino Ribeiro a voz que mais se insurgiu, nos anos 50, contra a demolição (em 1956) deste palácio histórico, mandado edificar pelo Conselheiro José Luciano de Castro em 1890, no local onde se situara o antigo Palácio Sarmento, destruído por um incêndio em 1869. O palácio foi invadido pelo povo em 6 de Outubro de 1910. O velho político, apesar de muito doente, defrontou-se nobremente com os invasores.
Palácio dos Navegantes |ant. 1956| Casa de José Luciano de Castro Rua dos Navegantes, 48; Rua de Buenos Aires Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
José Luciano de Castro [1834-1914] foi um dos políticos mais representativos do liberalismo constitucional português. Estadista e jurisconsulto, chefe do partido progressista. Bacharel formado em Direito pela Universidade de Coimbra; advogado e jornalista. Antigo deputado da Nação, ministro de Estado honorário; do conselho de S. M.; par do reino; antigo presidente do Conselho de Ministros; conselheiro de Estado; ex-director geral dos Próprios Nacionais; vogal efectivo aposentado do Supremo Tribunal Administrativo; Governador da Companhia Geral de Crédito Predial Português, reeleito várias vezes.
Palácio dos Navegantes, 48 |ant. 1956| Casa de José Luciano de Castro Rua dos Navegantes; Rua de Buenos Aires Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Palácio dos Navegantes, 48, fachada para os jardins [ant. 1956] Casa de José Luciano de Castro Rua dos Navegantes; Rua de Buenos Aires Judah Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. VII, 1938.
arqnet.pt; Marina Tavares Dias.
Olá,
ReplyDeleteEssa citação de Aquilino está no livro de Norberto de Araújo?
Não. A referência é da autoria de Marina T. Dias.
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