Se não participava nos bailes de máscaras, assaltos e no Corso da Avenida, espectáculo reservado à burguesia que toda se enfeitava para descer a Avenida da Liberdade e subir o Chiado, em vistosos carros alegóricos, qual deles o mais imaginativo, ao povo pertenciam, inteiramente, os folguedos carnavalescos mais tradicionais, como as Paródias, as Cégadas, a Dança da Bica, a Dança da Luta, todos de forte pendor histórico.
Avenida da Liberdade, Lado ocidental entre a Calçada da Glória e a Tv. da Glória [c. 1900] Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Avenida da Liberdade, junto à Rua Alexandre Herculano [1906] Ao fundo o edifício (já demolido) da Associação Industrial Portuguesa Alberto Carlos Lima, in Lisboa de Antigamente |
Avenida da Liberdade, junto à Rua do Salitre [Inicio séc. XX] Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Avenida da Liberdade [Inicio séc. XX] Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Para as Paródias de Carnaval constituíam-se em grupos de cerca de trinta ou quarenta pessoas, cada uma encarnando determinada figura, obedecendo todos ao toque do apito dum director-ensaiador que os vinha preparando, desde havia dois ou três meses atrás.
Entre os tipos de mascarados que acompanhavam estes cortejos abundavam os «Homens de Capote e Lenço» e os «Galegos» em fralda de camisa. A figura mais popular era, porém, a do «Chéché», de cabeleira de estopa, com grandes lorgnons, trazendo, espetado na bengala, um grande chifre, empunhava um facalhão de madeira e papel prateado com o qual ia ameaçando: «Arreda que te espeto».
Entre os tipos de mascarados que acompanhavam estes cortejos abundavam os «Homens de Capote e Lenço» e os «Galegos» em fralda de camisa. A figura mais popular era, porém, a do «Chéché», de cabeleira de estopa, com grandes lorgnons, trazendo, espetado na bengala, um grande chifre, empunhava um facalhão de madeira e papel prateado com o qual ia ameaçando: «Arreda que te espeto».
Rua da Escola Politécnica [c. 1910] Joshua Benoliel, in Lisboa de Antigamente |
Largo do Regedor [1907] Dança da Luta Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Estes cortejos acabavam sempre por parar no Rato, em frente ao Palácio do Marquês da Praia, que não dispensava esta atenção popular. As Cégadas, com possíveis raízes nos autos medievais, eram farsas burlescas, representadas em plena rua, cujo assunto inspirava-se em cenas de vida quotidiana. Para estas representações, os figurantes envergavam indumentária e caracterização apropriada às personagens que pretendiam encarnar. Entre as paródias carnavalescas mais populares contavam-se a Dança da Escada e a Dança da Bica ou Dança da Luta, nas quais eram executados vários números acrobáticos, mostrando os participantes a sua destreza no salto, nos jogos de força, ou como equilibristas.
Largo do Chiado [c. 190-] Alberto Carlos Lima, in Lisboa de Antigamente |
Praça Dom Pedro IV, o «chéché» ou «xéxé» a principal figura do carnaval lisboeta [c. 1900] Fotógrafo não identificado, in Lisboa de Antigamente |
Praça Do Comércio [c. 190-] Alberto Carlos Lima,in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
O Povo de Lisboa: tipos, ambiente, modos de vida, mercados e feiras, divertimentos, mentalidade, Câmara Municipal de Lisboa, p. V, 1979.
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