Os prédios desta Rua Vieira Portuense — a poente do antigo Mercado de Belém e da Tv. da Praça — foram demolidas em 1940. O mercado foi poupado e os prédios a nascente foram «alindados para se integrarem, em 1940, na área da Exposição do Mundo Português.
O topónimo homenageia Francisco Vieira (1765-1805), pintor, lente de desenho na Academia do Porto, cognominado «Vieira Portuense»,
por ter nascido nessa cidade, e para se diferençar doutro seu afamado
contemporâneo, conhecido pelo nome de «Vieira Lusitano», por ter nascido
em Lisboa.
Figura ímpar, entre os grandes mestres da pintura
setecentista, Vieira Portuense é um exemplo a seguir pela persistência
da sua actividade artística e pelo estudo aturado que o levou a todos os
lugares da Europa onde a arte se sacralizava, e fez dele o maior pintor
do Século XVIII, com méritos reconhecidos em Itália, Alemanha e
Inglaterra, bem como em Portugal, onde D.João VI o chamou à Corte,
nomeando-o primeiro pintor da Real Câmara.
Rua Vieira Portuense [1939] Antigas ruas do Cais e da Cadeia; à esquerda, o antigo Mercado de Belém Eduardo Portugal, in Lisboa de Antigamente |
O Mercado de Belém — escreve Norberto de Araújo — inaugurado em 1882, e começado a construir em Junho de 1880, substituiu um outro, que existiu em plena Rua Direita de Belém, até àquêle ano. Foi seu construtor Júlio César Viçoso. Representa um quadrilongo, com portas em cada uma das faces, contendo interiormente dois alpendrados. Nada tem de especial; tempo houve, no seu começo, em que a chegada do peixe a este mercado constituía um quadro típico e animado, faina que hoje [1938] passa despercebida.
Rua Bahuto Gonçalves (hoje Jardins de Belém) [post. 1901] Ao fundo à esq., o Mercado de Belém; do lado direito, vislumbra-se a estátua-monumento a Afonso de Albuquerque. Alberto Carlos Lima, in Lisboa de Antigamente |
Bibliografia
ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. IX, pp. 73-74, 1939.
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